Cara de um, focinho do outro: convivência e hábitos geram semelhança física em casais

Patrícia Santos Dumont
pdumont@hojeemdia.com.br
28/01/2017 às 20:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:36

Você já parou para imaginar que, a longo prazo, a empatia com outra pessoa poderia torná-lo parecido com ela? A situação parece meramente hipotética, mas há uma explicação bem pertinente para isso. Tempo de convivência e compartilhamento de preferências são capazes de “moldar” as feições de um casal tornando-o incrivelmente semelhante, sobretudo ao vivo.

A descoberta vem de uma pesquisa feita nos Estados Unidos, em que centenas de pessoas foram consultadas. De acordo com os pesquisadores, ter emoções iguais, geralmente, significa replicar expressões faciais, mecanismo que aumentaria, automaticamente, a semelhança física entre os pares.

“Ao mover os músculos do rosto da mesma maneira durante um longo período, parceiros românticos poderiam, eventualmente, desenvolver o mesmo padrão de rugas em torno da boca e dos olhos e, desta forma, se tornar mais parecidos”, diz o diagnóstico. 

Quase irmãos

Nem foi o tempo de convivência entre Henrique Paolinelli, de 25 anos, e Layla Salmeron, de 19, que pesou tanto na feição dos dois. Juntos há pouco mais de um ano, eles já ouviram muito por aí que parecem irmãos. “Não é raro estarmos em algum lugar e o atendente dizer ‘nossa, pensei que vocês fossem irmãos!’”, conta o bartender, namorado de Layla, que é francesa.Lucas Prates

Desde o começo do namoro, Henrique e Layla foram confundidos com irmãos

 Cabelos castanhos, fisionomia, formato dos olhos e até o jeito de sorrir, segundo Henrique, são realmente muito parecidos, principalmente para quem os conhece um pouquinho melhor. Ambos dizem não se importar, mesmo porque são unânimes ao concordar com quem diz que eles se assemelham. 

Um estudo feito em Liverpool, Inglaterra, também mostrou que os seres humanos são atraídos por faces que indicam características similares às suas próprias

Os engenheiros Carolina Castro Souza, de 30 anos, e Rafael Poletto, de 32, vivem a mesma situação. Juntos há seis anos, eles perderam as contas das vezes em que foram tidos como parentes. O motivo são as expressões dos dois que, diga-se de passagem, vêm sendo “imitadas” pela caçula da família. 

"Não somos parecidos exatamente em tudo; é mais no gênio. Também temos gostos iguais para comida, viagem e curtimos o mesmo tipo de roupa. Mas é engraçado como a Helena também fica a cara do Rafael quando faz expressão de brava”, comenta a engenheira, referindo-se à filha de 2 anos.

Afinidade é, na opinião da médica Bárbara Marques, de 31 anos, o que também a torna a cara do marido, o administrador André Alcici, 34. “Acredito que a empatia tenha influência sim. Temos muita afinidade, personalidade introvertida e somos tímidos. Também temos vários modos de falar parecidos”.Arquivo Pessoal

Bárbara credita à empatia com o marido, André, semelhança facial entre os dois

 Compartilhamento do ambiente, de uma mesma dieta e até de hábitos similares, principalmente pelos que dividem o mesmo teto, também foram pontuados pelos pesquisadores norte-americanos, que intitularam o estudo de Convergência na Aparência Física dos Cônjuges.

 Confira o estudo completo aqui

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