(Baywatch/Divulgação)
Personagens de boa cútis, trajando calções e biquinis e desfilando por praias ensolaradas, com bóias à tiracolo. Não precisava de mais nada para a série “Baywatch” fazer sucesso no fim dos anos 80, tornando-se um fenômeno da TV. Os corpos sarados ganharam literalmente mais volume no filme que estreia quinta-feira nos cinemas, com o musculoso Dwayne Johnson à frente do elenco.
A passagem de formato não é exclusividade de “Baywatch”: o cinema vem bebendo desta fonte há 30 anos, ao mexer com o saudosismo de uma época, como a década de 60, de onde saíram séries emblemáticas, de ficção científica (“Perdidos no Espaço”, “Star Trek”), espionagem (“Missão: Impossível”) e cômicas (“A Feiticeira”, “Agente 86”), transformadas em filmes mais tarde.
As primeiras transposições tinham os atores originais, como “Batman”, lançado como forma de capitalizar o sucesso obtido na telinha. Mas eram apenas episódios esticados, sem se preocupar com a linguagem do cinema. Já “Arquivo X” e “Sex and The City”, séries lançadas nos anos 90, foram para a telona com histórias mais elaboradas e independentes.
Mais investimentos
Um dos segredos para repetir a mesma audiência na sala escura foi sempre o de ser fiel à essência das séries. Quem tentou sair desse enredo acabou esbarrando em fracassos como “Stark & Hutch” e “Perdidos no Espaço”. Em outros casos, uma releitura até fez bem, como aconteceu com “As Panteras”, de pegada mais pop e ação em dobro.
Aliás, como a TV antigamente não tinha muitos recursos para investir em efeitos especiais e cenas movimentadas, o cinema não economizou em adrenalina, especialmente em “Esquadrão Classe A”, “Miami Vice” e “Missão: Impossível”. Com essa receita, Tom Cruise protagonizou nada menos do que cinco longas baseados na famosa série de espionagem.
Na última leva, até a TV paga virou fonte de inspiração, como “Sex and the City” e “Entourage”, do canal HBO. No Brasil, exemplos não faltam, especialmente na comédia, com “Cilada”, “Meu Passado me Condena” e “Vai que Cola”. E há aqueles que ainda esperam um revival de “Barrados do Baile” e “Friends” no formato retangular do cinema.Arte Hoje em Dia / N/A