O agente mais carismático do mundo celebra 50 anos de ação

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
24/09/2012 às 10:26.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:32
 (Divulgação)

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Ante a frase "Bond, James Bond", já se sabe que, por trás do Martini e de belas mulheres, está a maior franquia do cinema, em termos quantitativos (22 filmes protagonizados pelo agente secreto inglês) ou no quesito temporal: no próximo dia 5, a série 007 completa 50 anos.

Originalmente concebido na literatura por Ian Fleming e levado às telas na pele de um ator praticamente desconhecido à época (Sean Connery), 007 conseguiu a façanha de seguir fiel ao humor e à cultura do país de Sua Majestade e, ao mesmo tempo, ser universal.

Enquanto Bond se adequou à realidade geopolítica mundial (deixando temas como a Guerra Fria, por exemplo) e ganhou contornos mais violentos, quando o ator Daniel Craig assumiu a licença para matar, elementos caros à franquia asseguram manchetes, como a canção-tema, o vilão e a bondgirl da hora.

Chamarizes

Com "Operação Skyfall", a 23ª aventura que chegará às telas em outubro, não é diferente. Javier Bardem será o novo antagonista. Na trilha, entra em cena Adele (as trilhas sonoras já escalaram gente como Paul McCartney, Madonna e a inesquecível Shirley Bassey).

"A série criou uma fórmula para estabelecer as suas próprias características, o que explica o sucesso até hoje. Há desde a sequência inicial e um vilão diabólico ou inteligente o suficiente para duelar com Bond até locações exóticas e um requinte gastronômico, levados com tal maestria que, não importa quem interprete o agente, sempre irá funcionar", destaca Fábio Carmona, coordenador do fã-clube Comunidade 007 Brasil, criada em 2001.

Singularidade

Ele destaca que "Bond agrega todos os gêneros que gostaríamos de ver em um herói no cinema". Carmona pondera que "Bond não deu apoio a um gênero específico, criando o seu próprio e ditando as suas regras até hoje, 50 anos depois".

Para Carmona, o diferencial em relação a outras séries do gênero, como "Missão: Impossível", é que as histórias não se prendem ao intérprete do personagem. "Bond se baseia no contexto todo. E isso faz a franquia ser bem-sucedida e ter longevidade".

Outra explicação para longa vida de Bond foi, segundo Carmona, a criação da organização criminosa Spectre por Fleming. "Quando a Guerra Fria acabou, ele inventou a Spectre para dar uma longevidade ao herói sem fugir de suas características. No cinema, Bond, hoje, luta contra traficantes ou magnatas da mídia".

Comemorações alusivas à baliza já estão em curso

Entre os atores que interpretaram o famoso agente, Sean Connery sempre foi uma espécie de "queridinho". Fábio Carmona destaca que Connery moldou o seu jeito de interpretar ao personagem. Assim, à menção de Bond, "logo imaginamos o ator escocês". Mas ele salienta que, no Brasil, há muitos fãs de Roger Moore, o terceiro nome a vestir o smoking dentro da franquia. "Muito se deve ao fato de ele ter feito um filme de 007 no Brasil (007 Contra o Foguete da Morte), em 1979".

O coordenador do fã-clube do agente prefere o intérprete mais contestado: o australiano George Lazenby, que só fez "007 a Serviço de Sua Majestade" (1969). Outro que teve pouca recepção foi o escocês Timothy Dalton (fez só dois filmes). Depois, veio o irlandês Pierce Brosnan, em quatro títulos. Daniel Craig está na terceira participação.

Pompa

O cinquentenário de James Bond no cinema será comemorado com pompa. Uma programação especial pautará o "Global James Bond Day", em 5 de outubro. Um destaque é a estreia do documentário "Everything or Nothing: The Untold Story of 007", de Stevan Riley. E uma retrospectiva completa invade o MoMa, em Nova York.

Em Londres, a Christie’s leiloará 50 lotes que beneficiarão 12 instituições de caridade. Também na Inglaterra, atores da série percorrem, desde o dia 17, locais onde foram filmadas cenas importantes da saga, carregando uma caixa dourada com as fitas originais dos 22 longas. O percurso começou em West Ross, cenário de "Moscou Contra 007" e "O Mundo Não é o Bastante", num Aston Martin DBS, com Moore, Richard Kiel (o vilão Jaws) e a bondgirl Britt Eckland.

Music of Bond

A caixa chega nesta segunda-feira (24) à loja de discos HMV, em Londres, destino final. Mas tem mais. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles preparou uma noite "Music of Bond". E o Festival Internacional de Toronto, no início deste mês, sediou a exposição "Designing 007: 50 Years of Bond Style".

No Brasil, o box "Bond 50" chega nesta segunda às lojas, em Blu-Ray. Já a comunidade 007 Brasil realiza, dia 27 de outubro, sua sétima convenção, em São Paulo.


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