(Festival de Brasília/Divulgação)
O leitor pode não conhecer o nome de Paulo Emilio Salles Gomes (1916-1977), mas basta citar o seu legado para logo se dar conta da dimensão de seu trabalho dentro do cinema brasileiro, como maior pensador, historiador e defensor do audiovisual do país.
Criador da mais importante cinemateca, em São Paulo, e fundador do primeiro curso superior de cinema, em Brasília, além de autor de artigos e livros essenciais para o entendimento da produção, ele será homenageado por um de seus "filhos": o Festival de Cinema de Brasília.
Na 45ª edição, em setembro, o festival que ele ajudou a implantar, quando a capital federal ainda dava seus primeiros passos, celebrará Paulo Emilio com a publicação de um livro e a realização de um seminário, organizados pela jornalista Maria do Rosário Caetano.
"Paulo Emilio Salles Gomes – O Homem que Amava o Cinema e Nós que o Amávamos Tanto" é, nas palavras de Rosário, uma "homenagem reflexiva e bem humorada" que pretende reaproximar o teórico das novas gerações e destrinchar o responsável pela célebre frase "Prefiro os subdesenvolvidos filmes do nosso cinema aos melhores filmes do cinema estrangeiro".
Presente no livro "Cinema: trajetória no subdesenvolvimento" (1980), a sentença ganhou interpretações várias ao longo dos anos, como se Paulo Emilio fosse tão ardoroso em sua defesa ao cinema nacional que o nosso pior filme seria melhor que qualquer produção do exterior.
Em sua juventude, quando morou na França, na década de 1930, o que seria seu objeto de estudo mais tarde era alvo de muitas críticas. "Tanto é assim que ele se atreveu a escrever um livro sobre o cineasta francês Jean Vigo, escrito em francês – língua que ele dominava muito bem – e que foi publicado primeiramente na França. Tivemos que esperar muitos anos para que fosse traduzido para o português", destaca a organizadora.
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