Angela Ro Ro prepara álbum de inéditas "Feliz da Vida"

Raphael Vidigal - Do Hoje em Dia
29/10/2012 às 06:56.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:39
 (Divulgação)

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Angela Ro Ro desmente logo de cara que o novo álbum, gravado no Teatro Net Rio no dia 15 deste mês, a ser lançado em 2013, seja comemorativo ao seus 30 anos de carreira: “Isso foi um equívoco de assessoria, pode riscar daí, me ajuda a desfazer esse engano. Comecei a gravar em 1979 e não estou celebrando nenhuma data específica, mas a vida!”, exalta.
 
“Feliz da Vida” dá nome ao disco que contém 13 canções inéditas, das 15 do repertório, e conta com a participação de Sandra de Sá (em “Beijos na Boca”), Jorge Vercillo (“Capital do Amor”), Diogo Nogueira (“Salve Jorge”), Ana Carolina (“Canto Livre”), Paulinho Moska (na canção título) e Roberto Frejat, revisando os sucessos “Amor, Meu Grande Amor” e “Malandragem”.

Tudo um pouco

Sobre os convidados, Ro Ro é só elogios: “Sandra de Sá é um barato! Uma festa! A música é cheia de suingue. Com o Vercillo é uma bossa nova em homenagem ao Rio de Janeiro, fizemos uma brincadeira com a plateia e eles cantaram o refrão inteiro. Paulinho Moska é um amigo querido, conheci quando apresentava o programa de entrevistas ‘Escândalo’ no Canal Brasil, a canção está muito bem feita, bonita, e tem o verso que resume como estou no momento!”, diz.
 
A diversidade do repertório da cantora é percebida não só pelo leque de participações, como também pelos ritmos: “Minha formação comprova essa maleabilidade. Desde pequenininha ouvia blues, samba, bolero, jazz, Frank Sinatra, Angela Maria, Aracy de Almeida, Ataulfo Alves, Carlos Gardel. Estudei acordeom, piano erudito, valsinhas. Já compus tango, guarânia, rock, de tudo um pouco e de pouco um tudo!”, enumera.
 
Futuro

O carinho de colegas de variados gêneros atesta essa teoria. Angela já foi gravada por Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Luiz Melodia, recebeu os afagos do contumaz crítico Lobão e teve músicas compostas em homenagem à sua figura por Caetano Veloso (“Escândalo”) e Cazuza (“Malandragem”). “A consideração que recebo dessas pessoas é uma alegria! Faz bem para a saúde, minha pele fica melhor com tanta gente carinhosa ao meu redor”, graceja.
 
Em relação aos projetos, Ro Ro confidencia o desejo de retomar o programa “Nas Ondas da Ro Ro”, passado na internet e no rádio e que deve chegar à televisão no ano que vem: “Só falta o patrocínio. Mas a orgia musical é maravilhosa! Já recebemos gente do calibre de Francis Hime, Elza Soares, Eduardo Dussek, Jards Macalé, um luxo!”. Exemplifica com este último o tom do programa: “O Macalé é um rebelde delicioso, e a atração tinha esse dever de levar algo menos pesado para as pessoas. A vida já é muito séria, por isso lá eu comando a baguncinha”, diz.
 
Saudades

Voltando ao passado, Angela Ro Ro relembra alguns amigos que partiram, como o cineasta Glauber Rocha (morto em 1981 de septicemia) e o cantor Cazuza (vitimado pela Aids em 1990): “Tive o privilégio de ser namorada do Glauber, um namoro acima do sexo, o melhor que existe, chamado amizade. Por ser bem mais nova, eu era uma espécie de ‘mascote’ do Cinema Novo, e herdei a verborragia que ele tinha. Sou uma modesta discípula”, brinca.
Do parceiro na canção “Cobaias de Deus” e “Ajudai, Senhor”, ainda inédita, que a cantora pretende lançar em breve, destaca a coragem: “Cazuza era ‘cabra macho’, no bom sentido da palavra, um garoto que enfrentou a doença e não parou de trabalhar, mesmo com balão de oxigênio, deitado na maca, da forma que podia e não podia, tenho muito orgulho das nossas parcerias”, vaticina.
 
E rememora ainda os motivos que a levaram a recusar “Malandragem”: “Estava fechando o disco e não me animei a cantar ‘quem sabe eu ainda sou uma garotinha’, e a Cássia Eller, uma das melhores cantoras do mundo, depois fez aquela gravação maravilhosa, porque a música é linda”.

 
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