Bruno Mars lança novo álbum "Unorthodox Jukebox"

Agência Estado
11/12/2012 às 11:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:20
 (Divulgação)

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Emplacar um Justin Bieber do soul foi a meta de "Doo-Wops and Hooligans", o popular cartão de visita de Bruno Mars, de 2010. Embora nove anos mais velho que o fenômeno teen, o jovem crooner caiu nas graças das debutantes e tornou-se um soul man para a geração "Crepúsculo": voz cheia de alma, arranjos de Motown, chapeuzinho de gângster e um bom-mocismo palatável para fãs de 14 anos ("eu agarraria uma granada por você", canta, em seu hit "Granade"). Amparado pelo grupo de compositores The Smeezingtons, seu Holland-Dozier-Holland pessoal (responsável pela composição de "Forget You", de Cee Lo Green), Mars decolou nas paradas, ganhou respeito da máquina e controle sobre a direção de seu novo disco, "Unorthodox Jukebox", que chega às lojas, nesta terça-feira (11), pela Warner.

"Fui para o estúdio, compus e gravei o que quis. Esse disco representa a minha liberdade", contou Bruno à revista "Billboard" deste mês. Para se garantir, Mars conseguiu um investimento pesado. Contratou Jeff Bhasker, homem por trás de hits de Kanye West, Beyoncé e fun. Paul Epworth, compositor de "Rolling in the Deep", de Adele, e Mark Ronson, responsável por discos de Amy Winehouse e Macy Gray, entre outras cantoras de soul retrô. O resultado é uma consistente meia hora de pop com ecos de soul, reggae e rock, que reflete o amadurecimento de Mars como pop star, e um certo descompromisso com o público jovem tão cortejado em "Doo-Wops and Hooligans".

"Tenho uma garrafa cheia de uísque, com um teco de cocaína e estou me sentindo como se tivesse 20 metros de altura. Então deite aí, deite aí", canta em "Gorilla", canção sobre "sexo animalesco", nas palavras do cantor à "Rolling Stone". "Money Make Her Smile", sobre uma stripper, é o resultado de uma noite passada com o produtor Diplo em uma boate, em Paris. "When I Was Your Man" destila dor de cotovelo, refletindo sobre todas as coisas que poderiam ter sido feitas por uma mulher, mas não foram, e agora são realizadas por outro homem. Para completar, "Vocês, jovens garotas, me deixam louco... Vocês serão a minha morte... Eu sempre voltarei para vocês", canta Bruno Mars, sobre acordes melancólicos, na faixa-título, "Young Girls", como se estivesse se despedindo de suas inocentes tietes.

A alforria do galã teen é um passo previsível, mas eficaz para Mars: o lado bad boy que aflora está longe de ser radical, e deve ter passado tranquilamente no departamento de censura da Warner. Mas tece uma narrativa consistente e cai bem com o tipo de pop maduro, feito tanto para jovens adultos quanto para a plateia de meia-idade de Adele ou Amy Winehouse, por exemplo. Trata-se do público que ainda compra discos. E a produção de "Unorthodox Jukebox" soará familiar para ouvidos acostumados com pop de FM dos anos 1980.

"Locked Out of Heaven", o single do disco, tem um arranjo nos moldes de "Roxanne", do Police, que envereda por um refrão de rock de arena, com palmas e melodia grandiosa. "Gorilla" ganha uma base eletrônica semelhante a "Sign o’ the Times", de Prince. "Treasure" é um quase plágio do hit "Your Wish Is My Command", do produtor Breakbot, especialista pop com verniz de disco music. "Show Me", é dub reggae genérico, com todos os artifícios usados no gênero.

Bruno Mars
Unorthodox Jukebox
Warner, R$ 30
http://www.estadao.com.br

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