Há quem diga que a bela música composta por Thom Yorke é a "Anna Júlia" do Radiohead e que a banda, inclusive, evita tocar o hit gravado em 1992. A comparação não faz sentido, ainda mais se pensarmos na trajetória dos britânicos, com trabalhos que romperam fronteiras e rótulos musicais. E quem esteve nas antológicas apresentações do quinteto no Brasil em 2009, vai se lembrar que "Creep" foi a faixa que encerrou a turnê por aqui, de maneira emocionante. Intimista e bem pessoal, a letra fala de um admirador que não se sente à altura de seu amor. Ele quer ter corpo e alma perfeitos, mas se acha um esquisito. A revista NME, equivocadamente, descreveu o Radiohead como "uma farsa" 20 anos atrás. E o single não foi tocado na BBC Radio por ser considerado "muito depressivo". Porém, o reconhecimento não tardou (em março de 2005, por exemplo, a revista Q colocou "Creep" na 15ª posição da lista das 100 maiores músicas com guitarra). E não há dúvidas de que Radiohead seja uma das bandas mais importantes de sua geração.   

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