Luiz Gonzaga é homenageado por Elba Ramalho no projeto "Compositores.BR"

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
22/08/2012 às 11:42.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:39
 (Divulgação)

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O forró, o xaxado, o baião, a cultura nordestina e até a sanfona de Luiz Gonzaga serão dominados, em público, pelas mulheres. E quem terá oportunidade de ver isso de perto, no ano do centenário de nascimento do Rei do Baião, são os mineiros, no projeto "Compositores.BR", que neste mês apresenta Elba Ramalho e as acordeonistas mineiras Iara de Andrade e Sarah Assis. Os dois shows acontecem na quinta-feira (23), a partir das 20 horas, no Grande Teatro do Sesc Palladium.

"Luiz Gonzaga é o maior representante da nação nordestina. Enquanto eu tiver voz e espaço, vou cantar a obra dele", frisa Elba. Na apresentação, a paraibana interpreta clássicos como "Asa Branca", "Assum Preto", "Vida de Viajante", "Sala de Reboco" e "Sabiá".

Estas músicas perpassam toda a obra da cantora, desde o início da carreira dela, e também do nordeste. "A obra de Luiz Gonzaga é cinematográfica. Representa todos os nossos costumes, festas, folguedos, sentimentos".

Elba conviveu com o maior ícone da música do nordeste, especialmente nos últimos 15 anos de sua vida. "Ele dizia que eu era a cachacinha dele, junto com o Gonzaguinha, de quem eu fui muito amiga".

Em 2002, a cantora lançou o CD "Elba canta Luiz", um dos principais mergulhos da artista no repertório do músico. Na capa do disco, Elba aparece com uma sanfona, numa "brincadeirinha". "Não toco sanfona, só uns três acordes", confessa.

Sanfona

A abertura do show, porém, será uma referência ao símbolo maior da imagem de "Gonzagão" – junto com o chapéu de couro típico dos vaqueiros da terra onde nasceu. "Abro o show com ‘Sanfona Branca’, composta por Benito di Paula", anuncia.

A canção do sambista e pianista carioca foi gravada em homenagem a Luiz Gonzaga, em 1975. Nesta época, o Brasil era grande demais para sonhar com uma integração cultural. "Os muros caíram. A cultura está unificada. Hoje, o nordeste está muito integrado com o sudeste", acredita. Onde quer que vá, afirma Elba, há respeito pela música que interpreta.

Ainda exaltando o instrumento de foles, nos anos 1980, Elba gravou "Sanfoninha Choradeira", em um dos discos de Luiz Gonzaga. Sucesso na época, recentemente, Elba recorreu à canção e a gravou junto do grupo de "forró universitário" Falamansa.

Elba domina o repertório, mas não a sanfona, de Gonzaga. Porém, a admiração da artista diante da mulherada que encara o desafio é grande. "Hoje tem muita mulher aprendendo acordeom. Eu acho que fica bonito por que é instrumento pra peito de homem. Não é fácil para a mulher carregar 12, 15 quilos".

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