Milton Nascimento e Mariza dividem palco no Palácio das Artes

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
07/09/2012 às 14:10.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:05
 (Arquivo)

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Mariza faz mistério: “É a surpresa dos deuses”, despista, quando o repórter indaga sobre o repertório do show que fará ao lado de Milton Nascimento neste domingo (9), às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes. “Será um concerto em que buscaremos levar às pessoas as emoções que estamos sentindo no palco”, resume a cantora moçambicana. Um dos maiores nomes do cenário musical da terrinha na atualidade, com apresentações no Olympia de Paris, na Ópera de Frankfurt Opera, no Royal Festival Hall de Londres e no Carnegie Hall de Nova Iorque, a fadista só adianta o processo de seleção das canções.   “O Milton me enviou uma lista das músicas que combinariam com a minha voz, eu fiz uma seleção e tomamos a decisão”, registra Mariza, que conheceu Bituca neste ano. Ela revela que cantar no mesmo palco do mineiro é um desejo antigo, pois era sua admiradora desde quando morou na Bahia, por seis meses, no ano de 1996, quando ainda não havia “estourado” em Portugal.   Super fã   “Foi nessa época que tive um contato maior com a música brasileira. E Milton é um nome incontornável. Sou super fã e, ao conhecê-lo, percebi que sua música transmite exatamente o que ele é, uma pessoa simpática. Não vejo a hora de dividir o palco com essa figura maravilhosa”, elogia.   A mistura da MPB com o fado não é algo inusitado, como podem imaginar. Mariza faz questão de apontar semelhanças entre o tradicional estilo português e o repertório de Milton. “As pessoas pensam que o fado é triste, e não é. É uma doce melancolia portuguesa, celebrando as emoções do ser humano. Tem tristeza, mas também alegria, amor e paixão. Milton também canta a vida”, compara a moça de madeixas descoloridas.   Como um cristal   Ela destaca que é “uma “música simples, voltada a pessoas interessadas em outros tipos de cultura”. “Não é pop, como as canções da Beyoncé. Ela é intimista e deve ser tratada com muita parcimônia, como se fosse um cristal super frágil e raro. É preciso cuidar dele”.   Apesar da excitação em fazer dueto com Bituca, Mariza não planeja levar esse encontro ao formato disco. Pelo menos, por enquanto. “Música não é matemática. É o coração que nos leva. A música é um alento da alma e do coração. O que vier será muito bem-vindo”, assinala.   Além do show no Palácio das Artes, a fadista também se apresentará ao lado de Roberta Sá, hoje, ao ar livre, no Eixo Monumental, de Brasília. A abertura contará com a participação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, com a execução dos hinos nacionais e peças eruditas de compositores dos dois países.   “Padeiro”   A vinda ao Brasil faz parte do início do “O Ano de Portugal no Brasil”, que se estenderá até 10 de junho (dia nacional da antiga metrópole) de 2013. Portugal está de braços abertos à cultura brasileira, que conhecemos muito. E acho que os brasileiros já não têm mais aquela ideia de que o português é um padeiro com bigode. Há mostrando um outro Portugal”, conclui.

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