Noel Andrade estreia com sua viola caipira no disco "Charrua"

Cinthya Oliveira - Do Hoje em Dia
11/09/2012 às 11:09.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:10
 (Divulgação)

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Após mais de uma década de completa dedicação à viola caipira, Noel Andrade finalmente registra seu trabalho em um disco. "Charrua" traz interpretações de músicas inéditas de amigos, três faixas autorais e versões para músicas já conhecidas no universo sertanejo.

"As pessoas me cobravam muito, mas demorei para fazer o disco porque não tinha um álbum pronto na minha cabeça", conta Noel Andrade.

O trabalho, gravado com recursos da lei de incentivo do Estado de São Paulo, conta com as participações de Renato Teixeira e do recém-falecido (em junho) mineiro Dércio Marques. A distribuição é da Tratore. "É um disco camponês com influência urbana", resume o músico.

Início

Noel Andrade nasceu em Patrocínio Paulista, cidade próxima aos limites territoriais entre Minas e São Paulo. Curiosamente, foi com o barbeiro de sua cidade que aprendeu, ainda na adolescência, a tomar gosto pela viola caipira.

Mas a vida profissional começou em Belo Horizonte, para onde se mudou aos 23 anos (hoje, ele contabiliza 38). A intenção era estudar violão clássico na Escola de Música da UFMG, mas o moço acabou se integrando ao grupo folclórico Aruanda. Depois disso, ficou amigo do violeiro Chico Lobo, que levou Andrade para o projeto "Canto da Viola" – cujo objetivo era promover encontros de jovens violeiros.

Dividido

O violeiro se flagrou dividido entre os trabalhos desenvolvidos em Belo Horizonte e São Paulo, e acabou decidindo mesmo morar na capital paulista, onde encontrou mais oportunidades.

Mesmo assim, a amizade com Chico Lobo se manteve forte. Tanto que os dois assinam juntos a faixa que encerra o disco, "Estrela do Dia", criada à distância, em menos de uma hora.

"Estava com trechos de uma música compostos, mas não conseguia terminar. Liguei, então, para o Chico e pedi uma letra", conta Andrade. "Em 20 minutos, chegou, no meu e-mail, e rapidamente já joguei a música em cima e mostrei para ele por telefone", rememora.

Minas

Minas Gerais está presente no álbum por meio de mais uma música. Ele gravou "Tropeiro", de Godofredo Guedes, com direito a participação do já citado Dércio Marques.

"Essa música não é inédita, mas pouco conhecida. A única vez em que foi gravada foi no álbum de chorinho do Gabriel Guedes", diz Andrade, referindo-se a "Choros de Godofredo", lançado em 2005 pelo filho de Beto Guedes, neto de Godofredo.

Há, ainda, a inédita "Mãe Lua", do compositor Flávio Murilo, nascido em Salinas e radicado em Montes Claros. "Não foi de propósito, mas quando vi, já tinha três músicas de mineiros no meu disco. Isso mostra bem a minha relação com o Estado", diz Andrade, que, agora, vivencia a expectativa de poder tocar em Belo Horizonte outra vez.

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