Revolução dentro da boleia: indústria investe nas cabines dos caminhões

Marcelo Ramos - Hoje em Dia
29/10/2013 às 07:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:43
 (Marcelo Ramos)

(Marcelo Ramos)

SÃO PAULO – Ao contrário do segmento de duas rodas, que amarga um ano de retração, o setor de transportes não tem do que reclamar. Pelo menos esse foi o tom, ontem, do discurso de abertura da 19ª Feira Internacional do Transporte (Fenatran). Apesar de não repetir o mesmo desempenho de 2010 e 2011, quando houve uma grande alta em função de antecipações de compras (por causa da entrada em vigência de novos limites de emissão de poluentes, o Euro 5) este ano tem como mote a legislação trabalhista que limita a jornada do motorista em oito horas, estipulando pelo menos outras 11 de descanso.   A solução encontrada pela montadoras foi investir dentro da cabine, que se transformou em uma verdadeira casa. Esse “refinamento” é uma solução para reduzir gastos extras com hospedagens e mudanças de rota para pernoite. Assim, camas king-size e microondas passaram a fazer parte da decoração da boleia.   E sem números negativos e choradeiras, os fabricantes entoaram um coro ufanista de como o Brasil é importante para o negócio de caminhões. A Mercedes-Benz, por exemplo, anunciou um investimento de expansão de sua capacidade produtiva da ordem de R$ 1 bilhão, até 2015, e aponta o país como único mercado com crescimento acima de 10%.   Rodoviário   “Desde o início do ano emplacamos 30 mil unidades no Brasil, contra 21 mil da Alemanha”, comparou o presidente da subsidiária latino-americana, Philipp Schiemer. Bom, mas isso não significa que os transportadores brasileiros estão nadando em dinheiro. Na verdade, o país escoa quase toda sua produção e bens de consumo por via rodoviária – o transporte ferroviário, mas mais rápido e barato, por aqui inexiste.   De olho em futuras obras infraestruturais e empreendimentos de grande porte, montadoras anunciam novos modelos, capazes de deslocar até 250 toneladas. São cavalos-mecânicos para transporte de cargas indivisíveis, que permitem velocidades médias maiores.

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