Obras viram alvo de troca de acusações entre Marcio e Patrus

Ana Flávia Gussen e Lucca Figueiredo - Do Hoje em Dia
20/08/2012 às 22:13.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:37

 
No bairro Guarani Marcio Lacerda prometeu recursos para tirar obras do papel (Foto: Toninho Almada)

O Orçamento Participativo (OP) voltou mais uma vez a ser motivo de embate entre os dois principais concorrentes à Prefeitura de Belo Horizonte. Ontem, o candidato à reeleição Marcio Lacerda (PSB) acusou as gestões petistas de deixarem um “grande volume passivo de obras do OP”. O candidato petista Patrus rebateu, dizendo que as obras precisam ser feitas e não somente a escolha delas.

“De governo a governo foi passado um passivo muito grande de 100, 200, 300 obras do programa. Por isso vamos buscar um financiamento específico de R$ 300 milhões para resolvermos esse passivo”, declarou o socialista. O programa, que nasceu durante a gestão de Patrus Ananias em 1994, passou pelas administrações de Célio de Castro (PSB), Fernando Pimentel (PT) e, agora, de Marcio Lacerda.  Apesar das críticas, Marcio disse que não apresentará novas propostas para o Orçamento Participativo. “O programa foi muito valorizado em nossa gestão. Investimos em média R$ 80 milhões a cada ano”, disse o prefeito.    Preocupação social   Ambos os candidatos têm buscado ligar suas imagens à área social. Enquanto Patrus usa de sua experiência no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Marcio tenta deixar de lado o rótulo de um administrador técnico e agregou em seu discurso a importância da “preocupação social em todas as áreas”. Ele tem reiterado diversas vezes que não é uma pessoa “insensível, apenas um pouco fechada”.    Já Patrus faz a defesa do Orçamento Participativo e faz questão de se colocar sempre como o criador do programa. “Fui eu quem implantou o OP e ampliamos muito as politicas de participação popular em Belo Horizonte. Agora queremos ampliar, implantando o planejamento participativo”, disse. O petista aproveitou para alfinetar Marcio. “A ideia é ter um planejamento deliberativo e não meramente consultivo. Eu falo é para frente”.   Campanha   Nesta segunda-feira (20), Marcio caminhou pelo bairro Guarani, região Norte da capital, onde cumprimentou eleitores e fez propostas. “A região tem sido muito beneficiada com recursos públicos. Temos o BRT São Gabriel, uma nova rodoviária cujo projeto divulgaremos nesta terça-feira, a construção de uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e de Unidade Municipal de Ensino Infantil (UMEI). A região está em franco desenvolvimento”, disse. O candidato à reeleição anunciou, ainda, que seu programa de governo será lançado até a segunda semana de setembro e atribuiu a demora à “complexidade das propostas”. “Não basta fazer promessas”.   Já Patrus Ananias preferiu não marcar um prazo para a entrega do plano e aproveitou para destacar que vai valorizar a participação da população. “È um projeto permanente, com bastante diálogo. O programa será construido ouvindo as pessoas”.


Para Patrus, Belo Horizonte tem uma dívida com a comunidade negra (Foto: Renato Cobucci)   Nesta segunda-feira o petista teve um encontro com apoiadores de campanha ligados à comunidade negra. Na oportunidade, ele prometeu criar programas que promovam a inserção e a igualdade. “Belo Horizonte tem uma dívida com a comunidade negra. Os números mostram isso. Por isso vamos trabalhar para valorizar o povo”.   Rádio e TV   Os dois principais candidatos apostam todas as fichas no início dos programas eleitorais no rádio e na televisão para conquistar a vitória. De um lado, Marcio Lacerda se mostrou otimista em manter a vantagem. Já Patrus Ananias acredita que a ferramenta será fundamental para reverter o quadro adverso apresentado até agora pelas pesquisas. 

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