250 GTE 2+2: o primeiro esportivo da Ferrari para quatro pessoas

Boris Feldman - Hoje em Dia
10/01/2015 às 10:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:37
 (Eugênio Morais)

(Eugênio Morais)

Os negócios da Ferrari iam bem na década de 50. Mas o diretor comercial da fábrica tentava convencer o Commendatore a lançar um modelo de quatro lugares. Ele argumentava que os jovens entusiasmados com a marca na década de 40 já estavam casados e queriam um esportivo do tipo 2+2, que acomodasse um ou dois filhos no banco traseiro. Enzo, depois de relutar muito (“Esportivo, só de dois lugares”, dizia ele), acabou concordando. Seu filho Piero explicou depois o porquê: o pai sempre carregava um cachorro de estimação e, quando o motorista ia também no carro, onde colocá-lo? Foi então que topou fabricar o primeiro 2+2, com projeto de Pininfarina e encarroçado por Scaglietti.   O carro foi desenvolvido em segredo durante 1959 e a primeira aparição pública foi surpreendente: a Ferrari o emprestou para a organização da prova “24 Horas de Le Mans” de 1960 para ser o carro madrinha. Já chegou arrasando...   O lançamento oficial foi no Salão do Automóvel de Paris, em outubro de 1960. O modelo foi produzido, sem alterações estéticas, até 1963. O motor era V-12, 3.0 litros, com 240 hp. As últimas 50 unidades ganharam um 4.0 litros de 300 hp e novo batismo: Ferrari 330 America. A caixa de quatro marchas contava com “overdrive”, uma quinta marcha que se engatava eletricamente por uma alavanca na coluna.   O 250 GTE foi derivado do 250 GT, mantendo mesmo entre-eixos de 2,60 metros por meio da engenhosa solução de se chegar o motor 20 centímetros para frente e abrir espaço para o banco traseiro oferecer certo conforto. Não apenas para o cachorro do Commendatore, mas para dois passageiros não muito altos. Um excepcional desempenho, arrancando de zero a 100 por hora em apenas 7,8 segundos, muito para um “carro de família”. Foi um sucesso comercial: a marca bateu recorde de vendas com o modelo.   Das 954 unidades produzidas, restam hoje cerca de 500. Boa parte delas foi desmanchada e a mecânica utilizada para montar cópias (recreation) da famosíssima 250 “Testa Rossa”.

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