AUDI RS Q3: um temperamental devorador de asfalto

Sérgio Melo - Especial para o Auto Papo
24/01/2015 às 09:09.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:46

Quando o preço ou a potência de um automóvel se aproxima das três centenas, a coisa fica mais séria. Caso do RS Q3, em que ambos são verdadeiros... Já que, nas famílias reais, sobrenomes significam muito, o nome completo e’ “Audi RS Q3 2.5 TFSI S tronic quattro”. Mas, cá entre nós, já vou adiantando que ele deve itens de conforto e segurança.
Para referendar a chancela RS, o “monstrinho” sob o capô é o responsável também pelo conjunto de letras “TFSI”, que significa pertencer à nobre família dos propulsores “Turbo” com injeção de combustível na câmara de combustão. São 310 cavalos e “ignorante” força de 42,8 quilos de torque, inacreditavelmente disponíveis a partir das 1.500 rpm. Você se sente “super”, ultrapassagens são instantâneas e, para sair do “bolo”, basta acelerar um pouquinho para ter a sensação de que os outros pararam ou resolveram dar ré. Zero a cem acontece em apenas 5,2 segundos. Mas juízo! Não deixe o excesso de auto-confiança te meter em uma fria.   Frio na espinha
A transmissão, da casta das “S tronic”, proporciona as mudanças mais rápidas sobre a face da terra e nada menos que 7 marchas. Dotado de “dupla embreagem” o sistema age como duas transmissões. Ao usar determinada marcha numa delas, a próxima já está engrenada na outra, até a hora da mudança, que acontece em apenas 0,2 segundos.
Mas em situações em que a caixa tem que reduzir em vez de jogar para frente, o sistema tem que parar para “pensar” e vem um baita frio na espinha!
IMPOSSÍVEL PASSAR DESPERCEBIDO  
O último sobrenome “Quattro” vem dos parentes aventureiros que, desde 1984, fazem bonito nos ralis pelo mundo afora. As quatro rodas podem receber força do motor e tracionar o veículo, conforme o contato com o solo a cada instante. Em um lamaçal, por exemplo, se houver uma única roda que não esteja escorregando, toda a força irá para ela, as demais voltarão a tracionar assim que encontrarem solo firme. Mesmo no asfalto, se em uma curva o veículo começar a derrapar, o sistema corrige a trajetória.
Por dentro   Excelentes materiais e montagem dos componentes. Revestimento interno inclui superfícies almofadadas, couro, cromados, insertos em preto brilhante e outros mimos mais. À noite é chique demais! Neon ao redor dos alto-falantes HiFi da conceituada marca Bose e luzes direcionais para pés e porta-objetos. Atrás, boa acomodação para três passageiros e imperdoável discriminação, pois não há controle de temperatura ou intensidade de ar, apenas uma saída no console central que “pega carona” no ar ajustado para a frente. Porta-malas poderia ser maior: modestos 365 litros até a tampa, bons 1.261 l com o rebatimento do encosto traseiro.
Segurança   Destaque para controles eletrônicos de direção, freios, suspensão e tração. Seis air bags, auxiliar para partida em rampas, freio de estacionamento eletrônico, lavador de farol, sensor de chuva, cintos dianteiros com pré-tensionadores, faróis bi-xenon, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, e controles no volante. Faltam, entre outros, encostos de cabeça ativos, câmera de ré e sistemas que mantêm o veículo dentro da faixa, que monitoram os pontos cegos dos retrovisores, mantêm distância do veículo à frente e que percebem quando o motorista está com sono.
Lisboeta...   Além dos habituais, opções de condução eletronicamente ajustáveis, sonzão HiFi com entradas para aparelhos externos, aletas para trocas de marchas no volante, teto solar, computador de bordo, sistema start-stop, viva-voz para celular e GPS com comandos de voz. Mas neste último, uma mancada: a língua adotada é o português de Portugal! Pagar quase 300 mil e ficar escutando um lisboeta mandando você pegar a “rotunda”, entre outras esquisitices, é de matar. Entre as ausências, destacam-se a falta de assistente de estacionamento e de suspensão com altura regulável.
Mecânica   Excelente estabilidade e aderência, com enormes aros de 19 polegadas e pneus 255. Quanto ao conforto, dá para escolher o perfil de utilização, que altera a resposta dos amortecedores, permite firmeza na estrada e suavidade em pisos irregulares. O sistema de freios é de alto desempenho com discos ventilados nas 4 rodas. Ambos os sistemas são gerenciados eletronicamente. Com tanta força e desempenho, razoável: mesmo pisando forte, médias de 7,8 km/l na cidade e 10,2 na estrada.

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