(Editoria de Arte)
Ser proprietário de um carro implica uma série de gastos constantes, e se o consumidor não for muito cauteloso na hora de fechar a compra poderá comprometer o orçamento familiar. E o que deveria ser um facilitador se torna um tormento. Especialistas em economia doméstica são enfáticos quando dizem que o custo do carro pode provocar um verdadeiro rombo no orçamento doméstico.
Muitas vezes o grande vilão é o próprio consumidor que, no desejo de adquirir um automóvel, não considera os mais variados custos que esse carro irá demandar e foca apenas no gasto com a prestação.
O auxiliar de escritório Gustavo Dutra, de 23 anos, tem vivido este problema. Há um ano e meio ele comprou um carro popular, que na época custava R$ 27 mil. Dutra financiou o carro em 60 prestações de R$ 700, sem dar um centavo de entrada. Hoje, com o carnê com aproximadamente quarenta prestações a vencer ele já estacionou o possante na garagem.
“O sonho de ter um carro zero falou mais alto. Quando vi a prestação de R$ 700, achei que caberia no orçamento. Meu salário é de menos de R$ 2 mil, mas com o preço da gasolina, seguro e estacionamento, praticamente comecei a trabalhar para mantê-lo. O jeito foi deixá-lo na garagem e só usar nos finais de semana”, comenta.
Na ponta do lápis
Para o que leitor amigo não seja surpreendido com o mesmo drama que nosso entrevistado, vamos ilustrar o raciocínio com um automóvel novo, um sedã compacto da marca X, que custa R$ 45 mil. Agora vamos supor que este a renda mensal familiar desse consumidor é de R$ 5 mil.
Pode parecer piada, mas manter um carro pode chegar a quase 50% do que a família arrecada. E olha que nem vamos entrar na questão da desvalorização anual do automóvel que pode ser de mais de 30% no primeiro ano, dependendo do modelo. No caso de Dutra, seu carro hoje vale R$ 21 mil na Fipe, mas só as parcelas a vencer somam R$ 28 mil. Se ele quiser vender ainda ficaria devendo outros R$ 7 mil.
Então vamos enumerar os principais gastos que um automóvel vai exigir no uso cotidiano e provar que aquela ditado que diz que carro é um filho não é conversa fiada.