Nova Alfa Giulia resgata quintessência da marca

Boris Feldman - Hoje em Dia
27/06/2015 às 11:53.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:39
 (Boris Feldman/Enviado Especial)

(Boris Feldman/Enviado Especial)

MILÃO (Itália) – Só mesmo a Alfa Romeo, marca carregada de história, esportividade, vitórias nas pistas, ousadia estilística e tecnológica, poderia apelar para tanta emoção ao apresentar um novo modelo. Foi o que fez na última quarta-feira, 24 de junho, em seu museu de Arese (próximo de Milão). Uma data não escolhida por acaso, mas exatamente quando completou 105 anos. Não por acaso no museu, mas exatamente quando ele está sendo reinaugurado depois de fechado anos para uma reforma.   Bocelli canta e declama   Outra marca poderia ter chamado também o tenor Andrea Bocelli para cantar a famosa ária Nessun dorma, da ópera “Turandot”, de Puccini. Mas só no lançamento de um Alfa Romeo Bocelli teria declamado uma poesia antes de cantar, e se lembrar da saudade que tem da Alfa Romeo de seu pai.   Elogios do Comendador   Só mesmo a Alfa Romeo poderia ter mencionado os elogios de Enzo Ferrari à marca, pois foi em seus automóveis que Enzo brilhou nas pistas antes de construir seus próprios carros.   Só mesmo um executivo da Alfa, ao detalhar o lançamento de um novo modelo para dezenas de jornalistas de todo o mundo, poderia explicar que, na marca italiana, um automóvel não é simplesmente produzido, mas criado. E que a mecânica Alfa não se restringe ao necessário para movimentar as rodas, mas tem o foco também na emoção, na integração homem-máquina...   Giulia   Este foi o clima da apresentação da novíssima Giulia, um sedã de quatro portas que, mais que um novo modelo, representa o resgate da imagem da marca, praticamente abandonada há dezenas de anos pela Fiat, hoje FCA. A volta do DNA da Alfa Romeo que encantou o mundo do automóvel durante dezenas de anos.   O estilo da Giulia chama a atenção pelo que a Alfa sempre teve de mais nobre: linhas fortes e de caráter mas esportivas e simples, sem rebuscamento. Não tem sequer um cromado externa ou internamente.   Além disso   A produção em série da nova Giulia se inicia ainda este ano e as vendas, em 2016. Ela concorre com os alemães “premium”: Audi A4, Mercedes Classe C, BMW Série 3. Mas esnobou na apresentação da Giulia com a versão que será o topo de linha, com motor 3.0, V-6 de 510 cv. Para não se ter dúvida de que a Alfa resgata seu passado, a tração é traseira, para alegria dos “alfisti” (alfistas, os milhares se apaixonados pela marca em todo o mundo que ficaram “viúvos” nos últimos anos). Com esta motorização, acelera de zero a 100 por hora em meros 3.9 segundos. Briga ruim para os sedãs esportivos alemães como a Mercedes AMG C 63, BMW série 3 M ou Audi S4.   Sergio Marchionne, o big-boss da FCA (Fiat Chrysler Automobiles), disse que outros sete lançamentos vão reforçar a gama Alfa Romeo nos próximos três anos com um investimento de US$ 5 bilhões na marca e que pretende passar dos modestos 68 mil carros que vendeu em 2014 para 400 mil unidades em 2018. Destacou que o sucesso da nova Giulia se deve a uma super equipe de projetistas que a fábrica batizou de “skunks” e que se isolou “do mundo” durante dois anos para desenvolver o novo modelo.   Em relação ao mercado brasileiro, está praticamente descartada a hipótese de algum carro da marca vir a ser nacionalizado. Mas grandes as chances de que voltar a ser importado.

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