Entrevista - A valorização do cavalo Quarto de Milha

Maria Helena Dias - Especial para Força do Campo
25/11/2015 às 07:36.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:04
 (Divulgação ABQM)

(Divulgação ABQM)

O valor médio dos cavalos da raça quarto de milha saltou de R$ 63 mil, em 2014, para R$ 74 mil, este ano. O crescimento registrado em outubro foi de 23,3%, em relação ao mesmo período do ano passado. Os últimos leilões proporcionaram a receita geral de R$ 12,5 milhões. As vendas de coberturas também superaram a média. O empresário Fábio Pinto da Costa, que cria e importa animais da raça há mais de 30 anos, assumiu recentemente a presidência da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) para um mandato de dois anos.

Qual o seu objetivo como presidente da entidade?

Nessa gestão, dos nove diretores executivos, sete são novos. Um deles é o empresário Rodrigo Andrade Valadares Gontijo, criador de expressão nacional e titular do Haras Imperial, em Sete Lagoas. Entre as ações, vamos projetar e alocar recursos humanos, financeiros e nossa vontade coletiva para proporcionar que a família quartista se sinta cada vez melhor nos eventos oficiais. Os projetos envolvem a construção de um novo Tattersal de Leilões, em Avaré (SP); um novo Programa de Gerenciamento de Provas da ABQM, o SEQM; a continuidade do Stud Book; entre outros.
 
Como está o cavalo quarto de milha no Brasil?

A ABQM tem 481.181 animais registrados no Stud Book. Separados pelas cinco regiões, o plantel de animais está distribuído assim: Sudeste 266.142 (55%); Nordeste 72.914 (16%); Sul 65.925 (14%); Centro-Oeste 62.842 (13,5%); e Norte 6.279 (1,5%). Já o cadastro dos quartistas registra 97.298 proprietários. Divididos por região, o Sudeste tem 46.410 (48%); Nordeste 20.996 (22%); Sul 14.382 (15%); Centro-Oeste 12.156 (13%); e Norte 1.906 (2%).
 
É uma raça que tem grande valor de mercado?

Em relação ao mercado da raça, mesmo em tempos de crise, o valor agregado ao cavalo quarto de milha ganha impulso e segue crescendo. A temporada 2015 deverá superar os números de 2014, ano em que a raça movimentou R$ 195 milhões com a venda de animais das linhagens de Conformação, Corrida e Trabalho, nas mais variadas idades, desde potros ao pé até reprodutores e matrizes, proporcionando a média de R$ 43,1 mil. Essa receita corresponde apenas aos 115 leilões realizados no ano passado, sendo 85 presenciais e 30 virtuais, sem contabilizarmos as vendas diretas nas fazendas, haras e centros de treinamentos. No ano anterior, a receita havia totalizado R$ 167,2 milhões com valores médios de R$ 32,1 mil.

Como é o mercado de sêmen? E a exportação?

Contabilizando a partir de 2010, foram 529 produtos registrados que utilizaram sêmen importado. Em 2010, foram importados 479 animais. No ano seguinte, 541. Em 2012, 347. No ano de 2013, 290. Em 2014, 245. E este ano, de janeiro a novembro, 83, claro que a alta do dólar e a recuperação da economia dos EUA tem sido motivos, mas um fator importantíssimo que quero destacar, o de que a qualidade genética do plantel nacional hoje é também forte concorrente à importação. No quesito exportação, os números ainda são insignificantes e vamos examinar com carinho as possibilidades de ampliação de nossos produtos para exportação, sobretudo para o mercado latino-americano e europeu. Foram exportados em 2013, 27 animais, no ano seguinte, 14, e este ano, 10.
 
Por que investir na raça quarto de milha?

Além de todas as qualidades da raça, no que se refere a beleza, inteligência, rapidez e docilidade, é o cavalo preferido da família brasileira, pelo seu desempenho esportivo em 21 modalidades diferentes e que o caracteriza no mundo dos negócios como moeda forte. Nos três últimos anos, ocorreu um crescimento de 38% nos eventos esportivos realizados em todo o país. Em 2014, houve crescimento de 32% nas receitas apuradas em leilões da raça. São realizados em torno de 150 leilões por ano, entre presenciais e virtuais. No ano de 2014, oficializamos 454 competições em todo o território nacional, além dos 9 eventos oficiais da ABQM.

“Vamos ampliar ainda mais nosso maior patrimônio, que é a filosofia do quarto de milha, o cavalo da família brasileira”

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