(Rafael Motta)
A confirmação da liderança mineira na produção de leite, com mais de um quarto do total nacional, e os maiores rebanhos leiteiro e equino não foram os únicos dados que chamaram a atenção do mercado com a divulgação dos números da Produção da Pecuária Municipal (PPM) em 2014, feita na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os expressivos números de Minas Gerais na aquicultura e na produção de ovos de codorna foram motivo de estudo por profissionais do setor.
O analista de agronegócio e especialista em Pecuária da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallisson Lara Fonseca, explicou que, apesar da crise econômica, o segmento de aquicultura tem crescido rapidamente e já está atraindo a atenção de muitos produtores mineiros. Banhados pela represa de Três Marias, os municípios de Morada Nova de Minas, que ficou em 11º lugar, e de Felixlândia, 20º, são os maiores produtores nacionais. “O ciclo curto de produção de pescados torna a atividade interessante entre as que produzem proteína animal.
Minas Gerais ganhou ainda destaque com a produção de truta, Os municípios na região da Serra da Mantiqueira que aparecem entre os 20 maiores do Brasil na produção de truta são: Sapucaí Mirim (2º), Camanducaia (3º), Delfim Moreira (4º), Bocaina de Minas (8º), Itamonte (14º), Aiuruoca (15º) e Baependi (18º).
Para Wallisson Fonseca, o relatório IBGE revela ainda outro ponto de oportunidades no estado. Um deles é o de produção de ovos de codorna, que teve o crescimento expressivo de mais de 10%. “Isso ocorreu em função dos preços elevados das carnes, ou porque os ovos de codorna caíram mesmo no gosto do consumidor”. Para o analista, esse crescimento aponta uma tendência interessante para a atividade no estado.
Leite
Minas Gerais é o maior produtor nacional de leite com a produção de 9.367.470 mil litros de leite produzido em 2014, A produtividade média no Estado aumentou novamente em 1,4%, passando de 1.591 para 1.613 litros/vaca/ano, de 2013 para 2014.
No Brasil, o aumento da produtividade foi em torno de 2,2%, puxado pelos estados da região Sul. O valor da produção de leite no estado aumentou 0,7%, graças ao acréscimo na produção, uma vez que o preço unitário permaneceu praticamente estável (R$ 0,99).
Walisson Fonseca também comentou sobre a pecuária de corte. Para ele o rebanho bovino do estado mantém-se como o segundo do Brasil. “A oferta restrita de animais, devido à escassez hídrica no período, resultou no preço da arroba favorável. Isso tem motivado investimento dos produtores em tecnologia e incremento de produtividade”, disse.
“O ciclo curto de produção de pescados torna a atividade interessante na produção de proteína animal”