Preço do café não atende produtores, diz assessor da secretaria de Agricultura

Maria Helena Dias - Especial para Força do Campo
16/09/2015 às 08:34.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:46
 (Divulgação)

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Com o déficit hídrico, os levantamentos oficiais apontam para uma safra brasileira de café de cerca de 44 milhões de sacas em 2015, muito semelhante à de 2014, com redução de cerca de 5 milhões de sacas em relação às safras anteriormente esperadas.

Os rumos do setor cafeeiro em Minas Gerais, no Brasil e no mundo serão temas na 3ª Semana Internacional do Café 2015 (SIC), que será realizada entre os dias 24 e 26 de setembro, no Expominas, Belo Horizonte. Sobre o segmento, conversamos com o assessor de café da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Niwton Castro Moraes.

Os preços do café ainda estão em queda. Isso tem desestimulado investimentos no setor?

Os preços dos últimos meses, aos produtores, mesmo com queda em dólar no mercado internacional, têm se mantido em patamares razoáveis no mercado interno, em reais, em função da valorização do dólar. O preço interno atual ainda não atende plenamente aos anseios dos cafeicultores, entretanto, comparativamente ao passado recente, é razoável e remunera aqueles cafeicultores que conseguem boas produtividades e são competitivos.

Preços baixos, insumos caros e problemas com o clima. Qual seria a solução para melhor viabilizar o negócio para o produtor?

A cafeicultura, assim como as demais atividades agropecuárias, é bastante sensível às questões climáticas, às variações do câmbio e à alta volatilidade dos preços. Desse modo, além da permanente busca pela profissionalização do cafeicultor, no uso de tecnologias que aumentem a competitividade frente a produtores de outros países e o uso de ferramentas de seguro de preços, há ainda as políticas públicas de apoio ao produtor.

Quais são hoje os principais desafios do segmento?

Podemos citar alguns como a agregação de valor com a verticalização pelos segmentos produtores, a colocação do produto acabado, torrado e moído, em mercados internacionais, a massiva divulgação ao mercado externo sobre a sustentabilidade e a diversidade do nosso produto, com cerificação da produção, entre outros.

O mercado vem apresentando muitos aromas e tipos de cafés. Quem está lucrando com essa diversificação?

A busca por diferentes tipos de cafés, as monodoses e a degustação em ambientes gourmets de cafeterias e padarias, representam uma tendência importante. Os mais empreendedores, que oferecem produtos de alta qualidade para diferentes formas de consumo, sejam pequenos empresários ou grandes empresas, deverão se beneficiar mais desse mercado.


O estado busca sua internacionalização com a Semana Internacional do Café. Estamos na terceira edição. O que já foi conquistado e o que se pretende para consolidar essa posição?

Nos últimos anos, o café brasileiro vem passando por uma revolução nas suas formas de processamento e de qualidade. Esse fato já vem sendo percebido no mercado internacional e é preciso consolidar nosso país como um ofertante de volume, de qualidade e diversidade inigualáveis, estando apto o oferecer as múltiplas nuances requeridas pelos compradores. Precisamos nos destacar também, e isso já vem sendo feito, como detentores da cafeicultura mais sustentável do planeta em termos ambientais, sociais e de boas práticas de produção. A SIC é uma iniciativa que dá grande visibilidade ao café brasileiro e às iniciativas de melhorias implementadas em nosso país, além de ser um ambiente de negócios entre os vários segmentos do mundo do café, interno e externo.

Gostaria de ressaltar algo mais?

Acredito que vale ressaltar o empenho do governo de Minas em levar seu apoio a todas essas iniciativas de promoção do café brasileiro e mineiro, em particular. Por exemplo, por meio do Certifica Minas Café, um programa oficial de certificação de propriedades cafeeiras do estado que, atento às exigências do mercado, atesta a produção dentro de critérios de sustentabilidade ambiental e social dos cafeicultores inscritos.

 

“A busca por diferentes tipos de cafés, as monodoses e a degustação em ambientes gourmets de cafeterias e padarias, representam uma tendência importante”, diz Niwton Castro Moraes, assessor de café da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa)

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