Acidente com delegação da Chapecoense deixa 76 mortos

Folhapress
Hoje em Dia - Belo Horizonte
29/11/2016 às 07:31.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:51

Autoridades colombianas informaram nesta terça-feira (29) que 76 pessoas morreram durante a queda de um avião na cidade de La Unión, próximo a Medellín, na Colômbia. Entre as vítimas, estava a delegação da Chapecoense e jornalistas brasileiros. O time disputaria nesta quarta (30) a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.

A informação foi inicialmente divulgada pelo general José Acevedo Ossa, membro da polícia local e responsável pelo resgate, e foi posteriormente confirmada pelo prefeito de Medellín Federico Guitiérrez Zuluaga. 

O voo da empresa Lamia, proveniente da Bolívia, transportava 9 tripulantes e 72 passageiros. Ao menos 22 jornalistas da Fox TV, da Globo, RBS e rádios estavam no voo. As autoridades colombianas informaram que havia cinco sobreviventes.

As autoridades anunciaram que os sobreviventes resgatados foram os jogadores da Chapecoense Alan Ruschel, Hélio Hermito Zampier Neto, Jackson Follmann, um tripulante e um jornalista. O goleiro Marcos Danilo Padilha também chegou a ser socorrido com vida e conduzido a um hospital da região. Porém, ele não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.Twitter/Reprodução Primeiras imagens do avião da Chapecoense que se acidentou na Colômbia

Segundo o aeroporto José María Córdova, na cidade de Rionegro, onde a aeronave iria pousar, o acidente ocorreu em Cerro Gordo, no departamento de Antioquia. O acesso ao local, a cerca de 50 quilômetros de Medellín, é feito apenas por terra, devido às más condições meteorológicas no local.

"Parece que o avião ficou sem combustível", disse Elkin Ospina, prefeito da cidade de La Ceja, vizinho do local do acidente. Segundo o funcionário, as autoridades já estão no local e os centros médicos se preparam para atender os feridos.

A Aeronáutica Civil colombiana afirmou em comunicado que instalou um posto no aeroporto José María Córdova para gerenciar a situação. A prefeitura de Rionegro, pediu para a população evitar ir ao local do acidente e deixar as vias livres para facilitar o  resgate das vítimas.

O diretor da Aeronáutica Civil Alfredo Bocanegra disse em entrevista à Telemedellín, canal local, que pediu para todos os envolvidos no resgate permanecerem nas buscas. "Nessas próximas horas é preciso um esforço sobre-humano. Uma só vida, vale a pena",  disse, sobre o processo de resgate.

CHAPECOENSE

O vice-presidente do Chapecoense Ivan Tozzo disse que, devido ao desencontro das notícias que chegam das mais diversas fontes jornalísticas, vai esperar o pronunciamento oficial das autoridades colombianas para emitir qualquer nota oficial sobre o acidente. A mensagem foi publicada na página do time no Facebook.NELSON ALMEIDA / AFP / N/A


AERONAVE

A aeronave Avro RJ85, de fabricação inglesa, da Lamia Bolívia estava em seu segundo voo do dia. Na primeira viagem, fez o trecho curto de cerca de 40 minutos, entre Cochabamba e Santa Cruz de la Sierra, ambas na Bolívia.

O segundo trecho, partindo de Santa Cruz, teria como destino a cidade de Medellim, na Colômbia, numa distância de cerca de 2.960 km. A mesma aeronave já havia sido utilizada para voos fretados do Chapecoense e carregava uma pintura especial com o símbolo do clube brasileiro.

Segundo a Aviation Safety Net, a aeronave tinha 17 anos e 8 meses e há três anos ela era utilizada pela companhia aérea boliviana. Segundo informações do sistema FlightRadar, a aeronave manteve uma rota dentro da esperada até a proximidade do aeroporto internacional José Maria Córdoba. A aeronave faz duas voltas no sentido anti-horário. A manobra é similar a feita por aeronaves quando estão aguardando autorização para aterrissar. Até este momento, ainda não há
indícios de problemas no avião.

O último sinal da aeronave captado por receptores amadores foi às 2h55 na hora local. O avião estava viajando a 142 nós. Segundo o consultor em aviação Lito Sousa, ainda é cedo para dizer causas da queda do avião, mas a aeronave estava em velocidade  baixa. "Essa velocidade só é compatível se ele estivesse muito próxima à pista do aeroporto", o que não era o caso.

O modelo Avro RJ85 já foi utilizado no Brasil pela regional TABA Amazônica, sob o nome de BAE-146.

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