‘É difícil ir além do que já fiz’, diz Carlos Bracher

Thais Oliveira/Hoje em Dia
20/03/2016 às 08:52.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:11
 ( Ricardo Correia de Araújo/divulgação)

( Ricardo Correia de Araújo/divulgação)

Há pessoas que têm talento para pintar. Outras se destacam pela dedicação ao ofício. Carlos Bracher certamente reúne ambas as qualidades. Mineiro de Juiz de Fora radicado em Ouro Preto, o pintor (e também desenhista, escultor e gravador) soma 61 anos de carreira – uma vida consagrada à arte. O número de exposições no Brasil e no exterior ultrapassa a marca de 200.

Com 75 anos, Bracher credita a sua inspiração para pintar ao que é possível e impossível de enxergar. “O que me instiga é o que vejo e o invisível, como centelhas magistrais de minha condição de absorver as coisas do mundo, por deixar-me tecer das tessituras de belezas, das dialéticas que me trazem prazer e reconquista”, afirma Bracher, o entrevistado da Página Dois desta segunda-feira (21) do Hoje em Dia.

Autodidata, ele começou a pintar aos 14 anos. Vindo de uma família de artistas, o então adolescente não teve como escapar desse universo. “Papai era engenheiro, mas tocava piano e era compositor. Mamãe era diretora do coral da Universidade Federal de Juiz de Fora”. Mas a veia da arte plástica tem influência mesmo é do tio Frederico e da irmã Nívea Bracher, que fizeram carreira em tal profissão.
 
Dando um “Time”

Ao longo da trajetória, o mineiro teve duas exposições retrospectivas marcantes. Uma delas circula, desde 2007, pela Europa, tendo passado pelo Museu de Arte Moderna de Moscou, Palácio dos Governadores de Bruges (Bélgica), Abadia de Neumünster de Luxemburgo, Palácio Toscano de Praga, Palácio Bolongaro de Frankfurt, Castelo Paffendorf de Dusseldorf (Alemanha), entre outros. Já a mostra “Bracher – Pintura e Permanência”, tem raiz brasileira e passou pelo Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de BH, São Paulo, Rio e Brasília, além de Ipatinga.

Com os feitos, Bracher confessa ser difícil ir além do que já realizou. “Depois de fazer essa série monumental no CCBB, agora dei um ‘time’”. Ainda que não tenha formalizado um próximo trabalho, a sua alma de artista não deixa de ansiar por novas construções. “Estou trabalhando no que sempre fiz: as emoções de cada instante. Portanto, é tudo muito vago, invisível, esse correr para um além e inesperado, como a substância central da vida e da arte”.
 

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