Ética e relações de poder inspiram a peça "O Dia em que Sam Morreu"

Pedro Artur/Hoje em Dia
12/09/2014 às 08:16.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:10
 (João Gabriel Monteiro/)

(João Gabriel Monteiro/)

Dissecar a ética e as relações de poder numa sociedade contemporânea cada vez mais conturbada. E que ainda carece de uma bússola. É com esse viés que a Armazém Companhia de Teatro leva a cabo a montagem de “O Dia em que Sam Morreu”, que estreia nesta sexta-feira (12), no Cine Theatro Brasil Vallourec.

O diretor Paulo de Moraes, que assina o texto com Maurício Arruda Mendonça, observa que há um grande incômodo com essas situações que perpassam o cotidiano das pessoas. “Percebo um desconforto na sociedade com essa relação de poder; uma indignação e mal-estar”, avalia, informando que a peça trata desse tipo de sentimento.

O espetáculo se passa em um hospital, onde seis personagens se cruzam nos corredores, invadido por um jovem armado: Samuel.

Nada é aleatório

Aí entram a ironia e a sagacidade do texto. Para tratar de questões espinhosas, nada como um ambiente asséptico.
“Queríamos um lugar no qual pudessem acontecer essas relações de poder. (A peça) Podia se passar num tribunal, numa grande empresa, na igreja, num ambiente político. Mas queríamos um ambiente com aparência de pureza. Achei que, num hospital, seria mais interessante esse conflito. Mas não é uma crítica ao sistema de saúde”, preconiza.

Moraes – que descarta a inspiração em “O Alienista”, de Machado de Assis – diz que foi feita uma pesquisa sobre ética médica. “Fizemos muita consulta para tentar entender um pouco como está esse mundo da ética médica hoje em dia. Conhecemos e entendemos muitas questões”, ressalta o diretor, destacando que, durante a montagem no Rio de Janeiro, eles promoveram debates com a plateia, sobre vários temas, como Ciências Políticas, Filosofia e ética médica. “Teve um dia que só tinha médico na plateia, foi uma loucura”.

Turnê nacional

Após apresentações na Europa – em festivais em Edimburgo e Avignon, onde foi premiado com o Coup de Coeur, pelo Club de la Presse d’Avignon –, “O Dia em que Sam Morreu” desembarca nas Gerais para depois seguir turnê pelo país. “Foi uma coincidência. Mas gostamos de nos apresentar em Belo Horizonte, depois do Rio, que é a nossa casa. A recepção é sempre calorosa”, elogia. De BH, a peça segue para Vitória, no próximo final de semana, Brasília, São Paulo e Nordeste.

“O Dia em que Sam Morreu”, da Armazém Companhia de Teatro – Nesta sexta (12) e sábado (13), às 21h, e domingo (14), às 19h, no Grande Teatro do Cine Theatro Brasil Vallourec (rua dos Carijós, 258). R$ 40, R$ 20 (meia).


 

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