A história do touro Ferdinando chega aos cinemas em versão animada

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
10/01/2018 às 19:09.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:41
 (FOX/DIVULGAÇÃO)

(FOX/DIVULGAÇÃO)

Ferdinando irritou nada menos do que Hitler e Franco, dois dos maiores ditadores de nossa História, a ponto de ser proibido e queimado durante a ascensão do fascismo na década de 1930. Ele é um touro, que só existiu no papel, criado para o livro “O Touro Ferdinando”, de Munro Leaf e Robert Lawson, lançado em 1936, e que acaba de ganhar versão em animação, dirigida pelo brasileiro Carlos Saldanha (“A Era do Gelo 2”, “Rio”), já em cartaz nos cinemas. O filme homônimo segue a mesma linha da história original, acompanhando um bezerro que, diferentemente de seus colegas, não almeja enfrentar um Matador –um toureiro– na arena. Diferentão em seu comportamento, e sofredor do que hoje chamamos de “bullying”, ele cresce e vira um touro forte, mas apreciador das flores e da beleza do campo. Não é por acaso que se tornou símbolo pacifista, sempre lembrado por Mahatma Gandhi.“A história permanece bem atual para mim. Eu a vejo hoje como um incentivo a tentar possibilidades que não são predeterminadas. E que ser diferente não é nada mais do que natural”, salienta o arquiteto Marcos Soares, que tatuou Ferdinando no braço direito.  Uma prova de que o dócil touro ratifica as escolhas próprias é Luiza Pinheiro, de 9 anos, uma adepta do veganismo que adora vê-lo cheirando flores no curta-metragem que a Disney lançou em 1938. “Para ela, Ferdinando é um símbolo da cultura da paz, da natureza. Como ele, Luiza também sofreu por ser diferente, tendo que almoçar separada dos colegas de escola porque a comida dela era diferente dos demais. Talvez por isso, viu o DVD do filme várias vezes”, registra a mãe Marta Passos, professora das disciplinas de Literatura no Cefet.  O curta, por sinal, é mais lembrado pelos brasileiros do que o livro, que acaba de ser relançado pela editora Intrínseca. A livreira Simone Pessoa viu o filme da Disney há 30 anos e não se esquece até hoje do “tourinho poeta que sai em desabalada após uma abelha picá-lo, aparentando ser bravo”. Naquele tempo, ela trabalhava numa videolocadora e indicava frequentemente a fita para a criançada. Agora, com o filme de Saldanha, chegou a vez dos pequenos do século XXI conhecerem o exemplar personagem.  ARQUIVO PESSOAL / N/A

A ideia de Soares em fazer uma tatuagem do touro teve como inspiração o músico Elliot Smith

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por