A poesia crítica de Mauricio Pereira

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
27/12/2014 às 11:31.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:29
 (Gal Oppido)

(Gal Oppido)

Mauricio Pereira está mais “refinado”. Esse grande nome da música independente paulistana caprichou bastante na realização de seu novo álbum solo, “Pra Onde que Eu Tava Indo”, que soa menos “garagista” que os antecessores. Tudo se deve ao cuidado no registro: o disco foi gravado na sala que o produtor americano Roy Cicala – que foi dono de um dos mais famosos estúdios de Nova York no século 20 – montou em São Paulo. Foi ainda gravado e mixado por um pupilo do Roy, o Eduardo Marson.   “Foi um processo lento, cozinhei ele em fogo baixo junto com o guitarrista e parceiro Tonho Penhasco, testando canções, possibilidades e arranjos devagarinho. Fechado o repertório, me tranquei com a banda e ensaiei bastante até ele soar intenso e natural. Aí fui pro estúdio e gravei as bases todas ao vivo lá dentro”, conta Mauricio Pereira, completando que seu objetivo era desenvolver um álbum caloroso e simples.   São oito faixas autorais e quatro versões bem instigantes – “Notícia”, de Nelson Cavaquinho, “Medrosa”, de Stela do Patrocínio, “Aeroplanos”, de Jorge Mautner, e “Ciao, Amore, Ciao”, de Luigi Tenco. “É como surfar na composição alheia, entrar dentro da onda dela. Tem canções que já falam exatamente o que eu sinto, e ainda por cima são conhecidas. Então, fazer uma versão é uma maneira de falar daquele assunto, e ainda por cima poder remeter ao coletivo, à memória que tá agregada à versão original, e misturar isso com o momento de agora, ampliar os horizontes”.   O título do álbum vem de uma das melhores faixas, composta com o mineiro Chico Lobo. Uma composição que retrata muito bem a sociedade contemporânea, com sua pressa e seus anseios capitalistas. “Vai ver é um momento da minha carreira em que estou lidando mais com incertezas do que certezas. Acabei fazendo o disco meio de olhos fechados, mais na intuição que na cabeça. Pra isso, a parceria do Tonho foi vital. A tranquilidade e o conhecimento musical que ele tem me ajudaram a materializar o disco”. 

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