Admirado mundo afora, e não apenas por católicos, Papa Francisco chega ao cinema

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
06/03/2017 às 19:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:38

Um homem simples, empático, afável e firme em suas convicções. Assim é visto Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco. Líder máximo da Igreja Católica, ele tem conquistado a admiração de milhares de pessoas ao redor do mundo – e não só dos católicos.

Tanta aprovação rendeu o filme “Papa Francisco – Conquistando Corações”, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. Baseado no livro “Papa Francisco, Vida e Revolução”, da jornalista italiana Elisabetta Pique, o filme conta a história de Francisco desde a juventude até a eleição à Catedral Pedro, como o primeiro pontífice não europeu em mais de 1.200 anos.

Para alguns de seus admiradores, ele está mais para Martin Luther King Jr. do que para Papa Bento XVI. Uma espécie de celebridade, além de ser um exemplo para os que compartilham de suas preocupações com a mudança climática, a justiça social e a pobreza. “Ele é um porta-voz humanitário, mais do que simplesmente um líder religioso. Ele me surpreende”, afirma o engenheiro civil Marcos Carvalho, de 45 anos, que não possui religião. A simplicidade de Francisco é o principal fator de admiração. “Ele se relaciona com o povo sem protocolos. Além de tocar em assuntos que antes a igreja não falava. Ele coloca as pessoas para pensar”. 

Este é o mesmo ponto que leva a consultora comercial Vivian Magalhães, 35, a seguir o pontífice nas redes sociais, mesmo sendo evangélica. “Ele abdica de toda riqueza da igreja. Dá o testemunho de pobreza e simplicidade. Enquanto outros líderes religiosos se esquecem de Cristo e vivem brigando para ter espaço na TV”.  “Conquistando Corações” – Cinebiografia estreia nesta quinta-feira

 Abertura
Nesses anos de papado, Francisco tocou em assuntos que geram polêmica, como aborto, homossexualidade, controle de natalidade e a valorização da mulher na sociedade. “Todos os discursos e homilias do papa são costurados pelos secretários, e geralmente lidos. Várias vezes o papa Francisco coloca os papéis de lado, e deixa o coração dele falar, e fala o que pensa”, comenta o padre da paróquia Santa Edith Stein, Paulo José Lopes. Para ele, esse é um dos motivos que leva o papa a atingir pessoas no mundo como um todo.

Além do diálogo com outras religiões. Um vídeo no YouTube mostra um congresso das igrejas pentecostais, nos EUA, que reuniu mais de 10 mil pastores, e contou com uma mensagem do papa. “Francisco apareceu em um telão, e disse que estava rezando por eles, por aquele congresso, para que fosse frutífero. E pediu que rezassem por ele também. Aberturas assim eram inimagináveis um papa fazer”, afirma padre Paulo. “Ele tem uma empatia profunda com as pessoas. Gosta de olhar nos olhos, conversar e abraçar”.

 Redes sociais ajudam a divulgar mensagens religiosas Milhares de seguidores – Pontífice está no Twitter, no Facebook e no Instagram

 A utilização das novas tecnologias para passar mensagens não é uma novidade para o Vaticano, nem para o Papa Francisco. No caso do Twitter, a jornada iniciou em dezembro de 2012, pela agora papa emérito Bento XVI. Mas Francisco tem aberto outros canais, como o Instagram, que em 48 horas registrou 1,4 milhão de fãs. Já no Twitter, ele mantém quatro contas oficiais em línguas diferentes – uma delas em português. “Acompanho ele no Instagram e Facebook. Acho importante a Igreja se abrir aos avanços tecnológicos”, considera a veterinária Virgínia Vilela, 26 anos. 

Em janeiro deste ano, ela esteve em Buenos Aires, cidade natal de Francisco. “A maioria dos lugares fazem referência ao papa. Há um mercado em torno disso”, afirma Virgínia, que visitou a Catedral Metropolitana onde Francisco celebrou missas quando era arcebispo na capital argentina. Ela conta que nem a região onde fica o estádio La Bombonera deixa de lado o pontífice. “Nas lojas há estátua de jogadores de futebol, como Maradona, e o Papa está entre eles, para que os turistas tirem foto. Eu mesma tirei, pois gosto muito dele”.  Buenos Aires – Virgínia tirou foto com estátua do papa

 Vaticano
Já a bacharel em Direito Elis Carayon Petruceli, 30, esteve no Vaticano em 2011 e 2015. Na última vez, teve a chance de ver o Papa Francisco. No dia fazia um calor de mais de 40 graus segundo a jovem. “Estávamos na Praça São Pedro e ele apareceu naquela janelinha. Ele disse ‘vou falar brevemente porque eu sei que vocês estão sofrendo. Não precisa sacrificar tanto”, relembra. E ao invés de falar por horas como de costume, ele se abreviou em minutos. “Foi maravilhoso. Uma experiência única”.

Para Elis, o papa Francisco é uma figura muito diferente para o mundo de hoje “tão sedento de verdade e um carisma mais sincero”. “Em um mundo tão midiático, ele foge a esse padrão, ao mesmo tempo que o atende, porque a mídia vai atrás, mas ele tem conteúdo. A grande diferença é essa”, analisa.

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