Alegoria e mordacidade inspiram a nova fábula de Diego Bagagal

Miguel Anunciação - Do Hoje em Doa
30/01/2013 às 17:08.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:29
 (Natalia Vaz/Divulgação)

(Natalia Vaz/Divulgação)

Prestes a estrear um espetáculo sobre Oscar Wilde, em 2012, Diego Bagagal adiou a produção para o segundo semestre deste ano. O projeto, segundo ele, já estaria quase 100% concluído. “Bata-me! (Pop Witch)”, atração desta quarta e quinta-feira, no Oi Futuro, pelo 7º VAC, de certa maneira é bastante Wilde.

Nada ao pé da letra: agora, Bagagal se junta a Elizabeth Scales, Lucas Costa, Martim Dinis e Rosa Antuña para desenvolver a fábula da trans-bruxa expulsa do parque europeu da Disney ao ser apanhada em situação escusa com um príncipe. Disposta a reivindicar um final feliz para seu desejo, a trans investe contra a vontade do príncipe de vir ao Brasil em lua de mel.

Segundo programa do VAC a instalar uma trans em primeiro plano, “Bata-me!” se serve da fábula para sublinhar diversas questões: as indignas condições de trabalho reservadas aos imigrantes ilegais, a prevalência dos símbolos da cultura de massa, as pulsões que determinam nossas vidas e os cacoetes culturalmente adotados pelos gêneros.

Tudo num tom marcadamente mordaz e alegórico, com o qual Bagagal vem assinando sua obra cênica, desde que foi estudar na Europa. Foi lá que conheceu Elizabeth, atriz e locutora australiana, e Martim, português. Por isso, as tantas referências europeias do espetáculo.

Autor, diretor e ator, Bagagal colheu o que haveria de mais pessoal no texto. Do Vale do Jequitinhonha, ator formado pelo TU, Lucas Costa convenceu Bagagal a visitar sua região de origem. Além da sabedoria dos xamãs, trouxeram as figuras de Mickey e Minnie que conduzem a fábula. Bailarina da Cia MN, Rosa Antuña faz, especialmente, a princesa.
 

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