Aos 77 anos a cantora e compositora Patativa lança o primeiro CD

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
23/02/2015 às 07:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:07
 (Beto Matuck/)

(Beto Matuck/)

Aos 77 anos de idade, a maranhense Maria do Socorro Silva, que atende pela alcunha de Patativa, desabafa em tom bem humorado: “Finalmente!”. A palavra utilizada pela sambista se refere ao seu primeiro disco, lançado no final do ano passado. Contente pelo momento em que vive – ela se apresentou em algumas cidades de seu Estado, no Carnaval –, comenta da sensação de realizar antigo sonho. “É uma alegria dupla, pois Zeca (Baleiro) é um novo amigo muito querido, como outros que a vida me presenteou. Estou com o carinho dele, e de suas participações especiais no disco”, registra Patativa, em referência ao músico, que assina a direção artística do álbum, que foi lançado pelo selo Saravá, do próprio Baleiro.

Dona de mais de 200 composições – entre samba, marchinhas, xote, e outros ritmos –, Patativa colocou sua assinatura em uma canção, “Babado da Favela”, que poderia facilmente ser confundida com as composições da lavra do inesquecível Bezerra da Silva. “Babado” é uma das 13 faixas autorais que compõem o repertório de “Ninguém É Melhor do Que Eu”, produzido por Luiz Jr.

Letras irreverentes e de duplo sentido são a marca registrada da sambista que completa cinco décadas de carreira. A escolha do set list do disco foi guiada pela memória. “Coloquei as canções que eu me lembrava. Quando lembrava eu cantava para o Luiz Jr. que gravou tudo”, revela.

Natural de Pedreiras (MA), Patativa faz um samba de melodias tradicionais e deixa o tempero para as rimas cheias de ironia e sua poesia sobre as periferias. “É samba de cachaceiro”, brinca ela como uma boa boemia. Além da direção artística, o novo amigo de Patativa figura na música “Santo Guerreiro”. Mas não é só Baleiro que divide os vocais com a veterana do samba. A cantora Simone participa da faixa “Saudades do Meu Bem-Querer”, e Zeca Pagodinho dá o ar da graça na faixa-título “Ninguém É Melhor do Que Eu”.

Sobre o apelido Patativa ela conta que nasceu de uma brincadeira adolescente. “Apelidei um colega de ‘amigo da onça’ e ele retrucou dizendo que eu era uma Patativa por viver cantando”, rememora ela que na época não gostou da comparação. “Eu fiquei brava. E na adolescência quando não se gosta de algo é aí que o apelido pega, mas hoje eu já gosto”, afirma.

Patativa conta que nunca para de compor, tanto que o segundo disco de sua carreira já está em fase de finalização. “Patativa Canta Sua História” será lançado neste semestre ainda. “Já está quase tudo pronto. Nunca imaginei dois discos em menos de um ano. É muita emoção”, finaliza.
 

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