Apostando na fantasia, 'Valerian e a Cidade dos Mil Planetas' estreia nos cinemas

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
09/08/2017 às 19:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:00
 (DIAMOND FILMS/DIVULGAÇÃO)

(DIAMOND FILMS/DIVULGAÇÃO)

Alguns dos mais populares filmes de ficção-científica têm, na contramão de um futuro complexo e hi-tech que desenham, um desenvolvimento de personagens muito simples, baseado em sentimentos calcados no amor, na amizade e na tolerância. Estes são ingredientes que cimentam trabalhos como “Star Trek”, “Guerra nas Estrelas”, “De Volta para o Futuro” e “Exterminador do Futuro”. É justamente nesta seara que Luc Besson tenta entrar em “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”, estreia de hoje nos cinemas. Com um enredo semelhante às duas franquias mais famosas do gênero (“Star Trek” e “Guerra nas Estrelas”), em que a Terra faz parte de uma confederação de planetas em constante atrito, o filme carrega até o seu final um ingênuo dilema amoroso. O major Valerian (Dane DeHaan) e a sargento Laureline (Cara Delevingne) trabalham juntos em missões arriscadas, sempre colocando em suspenso o futuro à dois. O obstáculo principal do filme é, portanto, a não concretização desse amor. Um sentimento parecido nos toma quando Spock supostamente morre, em sacrifício pelo amigo Kirk, em “Jornada nas Estrelas 3”. Ou quando vivemos a expectativa do viajante do tempo McFly revelar ao Dr. Brown do passado que este morrerá, em “De Volta para o Futuro”. Heroísmo teenBaseando-se numa graphic novel francesa dos anos 60, Besson realizou um filme visualmente excitante, comprovando o talento de um cineasta que cada vez mais se aproxima do feitio do cinema blockbuster, mesmo longe de Hollywood. Um passo dado nesse sentido foi transformar o filme numa grande fantasia, com humor, aventura, romance e uma espécie de heroísmo teen, na medida que os protagonistas carregam um pouco de soberba e são sempre afoitos em suas decisões. Desta forma, dialoga mais com o maniqueísmo de “Guerra nas Estrelas” – natural se lembrarmos que a HQ inspirou George Lucas na construção de sua saga. Porém, é mais pop ainda, sem nenhum lado obscuro a perturbar o fator “Sherlock Holmes no espaço”.

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