Casa Fiat de Cultura expõe esculturas de Marco Aurélio R. Guimarães

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
20/01/2017 às 17:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:29

Nunca é tarde para alçar novos voos. É o que mostra o artista mineiro Marco Aurélio R. Guimarães. Aos 80 anos, ele realiza a primeira exposição de esculturas em mármore. Intitulada “Prazer e Morte: A Escultura Atemporal”, a mostra será aberta ao público nesta terça-feira na Casa Fiat de Cultura. 

“A sensação é de uma noiva na hora do casamento. Uma expectativa favorável de algo que nunca aconteceu comigo”, revela o artista.

A exposição é composta por duas obras, em escala maior do que a humana. Fazem referência ao mito grego de Eros e Tânatos, divindades do amor e da morte, representados pela figura de uma mulher e um homem, “Luxúria” e “Proximus”, respectivamente.

"Há um diálogo entre as peças. Dessa deusa que se oferece para ele de forma velada. E o homem com a ruptura de um estado natural. Duas forças em conflito. Assim como somos nós”, diz.

Ao contrário da dinâmica de trabalho de outros artistas, o engenheiro aposentado não faz croqui antes de iniciar a peça. Ele utiliza modelos vivos. “É como subir no tronco de uma árvore e descobrir outros galhos. Muitas vezes você pensa a obra de uma forma e, no caminho, modifica algo sem perder a essência. É mais intuitivo”, explica. “O mármore é algo especial, pois não admite erros”, acrescenta.

O artista conta que a paixão pela escultura começou na adolescência, com trabalhos em madeira e pedra sabão. Filho, neto e sobrinho de professoras de música, as artes sempre estiveram na vida dele. “Mas sempre à margem. Depois que deixei a engenharia, me libertei. Só me arrependo de não ter começado há mais tempo”, diz.

Riqueza de detalhes
O método de trabalho é o mesmo utilizado nas esculturas clássicas, por nomes como Michelangelo (1475-1564). “É um processo muito manual. O mesmo usado antigamente. Só as ferramentas que se modernizaram”.

Não só a técnica, mas também a obra de Marco Aurélio R. Guimarães tem semelhança com as esculturas renascentistas. “Fiquei impressionado com a riqueza de detalhes das obras. Existe algo que pode ser chamado de arte contemporânea? Toda arte não é contemporânea em seu tempo?”, pontua o curador da exposição e presidente da Casa Fiat de Cultura, José Eduardo de Lima Pereira.

Serviço: Exposição “Prazer e Morte: A Escultura Atemporal de Marco Aurélio R. Guimarães”. De 24 de janeiro a 2 de abril de 2017, na Casa Fiat de Cultura (Praça da Liberdade, 10, Funcionários). Visitas gratuitas de terça a sexta, das 10 às 21h; e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 18h.

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