Ballet jovem convida coreógrafo de dança urbana para novo espetáculo

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
14/09/2017 às 11:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:33
 (Lena Maia/Divulgação)

(Lena Maia/Divulgação)



Do balé clássico ou contemporâneo, Leandro Belilo não conhece nada além do que viu como espectador. A especialidade dele é a dança de rua, como integrante e diretor da Companhia Fusion de Danças Urbanas e idealizador do Festival Orbe de Danças Urbanas.

Mas esta distância não impedirá Belilo de fazer história como o primeiro coreógrafo de dança urbana a assinar um espetáculo de balé contemporâneo. “Não posso dizer no Brasil, porque o país é muito grande, mas é a primeira vez que acontece em Minas”, comemora.

O resultado poderá ser visto na próxima terça-feira, quando o Ballet Jovem Minas Gerais subirá ao palco do Teatro Bradesco, na estreia de “Tex”, que, em dobradinha com “Revertério”, marca a segunda criação da companhia após o desligamento do Palácio das Artes.

Para Belilo, o convite é fruto de uma busca constante por desafios e pelo momento atual da dança de rua em Belo Horizonte. “Ela está conquistando um espaço cada vez maior na cidade”, orgulha-se o coreógrafo, que buscou fazer em “Tex” um meio-termo entre os dois estilos.

“Realizei um balanço entre estes universos. Foi um grande desafio, pois não tenho formação clássica. O que fiz foi me escorar na linguagem corporal, um momento de identificação entre elas. Mantive a dança contemporânea, mas com outra roupagem, outra forma de falar”, explica.

Quebras
Belilo destaca que as coreografias de dança de rua são menores, voltadas para as competições; o que não foi um problema para ele. “A Companhia Fusion é um pouco diferente, pensa como espetáculo, com danças maiores, podendo fazer apresentações únicas em teatros”.

Nesta transição, ele buscou “quebrar o virtuosismo”, sem mascarar nada. “Quis falar um pouco da realidade, das dificuldades vividas nos bastidores, com cada um levando para o palco a sua vivência”, detalha, feliz com o fato de os bailarino terem “comprado” a ideia.

O título “Tex” deriva da palavra marmitex, um símbolo da cidade, segundo o coreógrafo. “Quantos artistas, na correria de um ensaio a outro, não comeram sua marmita dentro do ônibus, por que não tinham tempo de parar?”, indaga Belilo.

No outro espetáculo da noite, “Revertério”, de Jomar Mesquita, que pode ser lido como uma metáfora da trajetória do Ballet Jovem, que precisou se remodelar após o Palácio das Artes manifestar, no ano passado, o seu desejo de não continuar mais com a companhia.

Tex” e “Revertério” – Espetáculo do Ballet Jovem de Minas Gerais. Terça e quarta, às 20h30, no Teatro Bradesco (Rua da Bahia, 2244). Ingressos: R$ 10. Meia: R$ 5.

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