Após dois discos lançados pela Deck, a banda baiana Vivendo do Ócio decidiu dar uma virada em sua trajetória. O quarteto lança o terceiro álbum, “Selva Mundo”, de forma totalmente independente – graças a uma campanha de financiamento coletivo – e explora uma sonoridade mais universal. O rock está lá, mas a brasilidade e as muitas influências adquiridas nas últimas turnês aparecem com maior força.

“Desde o início da banda, em 2002, temos ganhado aprendizado, experiência, estrada, novas referências. Ganhamos toda uma bagagem que está sendo refletida nas músicas”, conta o guitarrista Jajá Cardoso.

A abertura para influências mais amplas e fluidas aconteceu também graças aos produtores convidados para assumirem o direcionamento de “Selva Mundo”: Curumin e Fernando Sanchez.

“O Curumin entende muito de música brasileira e soube ampliar o que estávamos querendo fazer com a nossa música. Ele e o Fernando foram fundamentais para que o nosso som ganhasse um frescor”, explica Jajá.

Bahia

O fato de morarem em São Paulo há seis anos é importante para que a banda seja realmente reconhecida pelo seu rock – algo um tantinho mais complicado em Salvador. “O roqueiro sofre preconceito muitas vezes. Teve parente dizendo que um dia eu iria acabar na página policial de um jornal, mas eu acabei aparecendo foi na página do caderno cultural”, brinca o guitarrista.

Ele reforça que a música feita na Bahia é muito mais ampla do que a mídia tenta colocar, limitando a produção ao universo do axé. “Quem está à frente hoje em Salvador é o BaianaSystem e o Russo Passapusso. Essas são as referências de música bem feita”, diz o guitarrista, adiantando que os shows referentes ao novo repertório começam a ser feitos em novembro.

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