Narração artística tem praticamente o mesmo significado de contação de história, mas o uso de uma nomenclatura diferente já é um sinal claro de que a Candeia – 1ª Mostra Internacional de Narração Artística, com início hoje em Belo Horizonte, busca um outro status para esse trabalho, geralmente vinculado à recreação. “A narração artística pode até usar os elementos do teatro, mas é uma arte à parte, como a música, o cinema e o próprio teatro”, observa Aline Cântia, um dos coordenadores da Candeia. Proprietária do Instituto Abra Palavra, ela assinala que contação está mais ligado ao lado lúdico, enquanto narração se relaciona com criação. A programação, distribuída em quatro espaços da cidade, também tenta derrubar a ideia de que a narração artística é voltada apenas para crianças. “Nossa intenção é abrir espaço para o público adulto também, já que existem livros de contos para adultos. É algo que já vem acontecendo em outros países”, destaca Aline. No barzinhoNos vizinhos latino-americanos, a narração acontece principalmente em barzinhos e cafés. Mas em Belo Horizonte ainda é restrita a bibliotecas infantis e escolas. Para entender como funciona fora do Brasil, a mostra trouxe convidados do Chile, Colômbia e Itália, que além de apresentarem espetáculos, participarão de debates e oficinas. Também estarão presentes contadores de outros Estados. “Há estilos completamente diferentes no Brasil, como a alagoana Linete Matias, que mora num povoado à beira do Rio São Francisco, onde conta histórias de pescadores e rendeiras. Em contrapartida, há o paulista Giba Pedroza, que é mais urbano e recorre mais ao teatro”, exemplifica. A mostra prosseguirá até domingo, sempre com entrada franca e intérpretes de libras em todas as atrações realizadas em português. A programação completa pode ser conferida no site institutoabrapalavra.com.br.