Bibi Ferreira pede para retirar a palavra “aposentadoria” da conversa. “Ela é profundamente desagradável, não se usa mais. É de uma época em que, quando as pessoas chegavam a uma determinada idade, tinham que ficar de lado, quieta, nos cantos da casa”, corrige uma das grandes divas brasileiras do teatro e da música, com a autoridade de seus 94 anos.
A artista carioca estará em BH nesta quinta-feira, para a apresentação de seu novo espetáculo, “4XBIBI”. Filha do ator Procópio Ferreira, ela deve ao pai um pouco do que se verá no palco, com Bibi cantando músicas de Amália Rodrigues, Carlos Gardel, Edith Piaf e Frank Sinatra.
“Falo com fluência o inglês, o espanhol e o francês desde os seis anos. Meu pai e minha mãe (a bailarina espanhola Aída Izquierdo) me fizeram estudar muito, falando com a prosódia correta”, relata Bibi, que também domina o alemão. “Deles, eu gosto dos compositores”, completa a cantora, que, de família rio-platense, foi influenciada pela música de Gardel.
Bibi não mede elogios a Sinatra. “A tessitura da voz, a forma de cantar, a respiração... Tudo nele é perfeito”, diz ela, que, entre outras músicas, interpreta “That’s Life”, “All the Way”, “The Lady is a Trump” e “New York, New York”, eternizadas na voz do “Blue Eyes”.
Entre uma canção e outra, Bibi conversa com a plateia sobre os bastidores dessas músicas. “Conversa, não! Eu conto para a plateia. Conversa é eu fazer uma pergunta para que me respondam. Eu não gosto nada disso. Meu espetáculo é muito simples, nascido de uma conversa em minha casa com o mastro Flávio Mendes e meu empresário, com cafezinho e suco de laranja”, conta Bibi, que completou, no ano passado, 75 anos de carreira.
Serviço: “4XBIBI”. Nesta quinta, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (av. Afonso Pena, 1537). Plateia I: R$ 120 e R$ 60 (meia). Plateia II: R$ 100 e R$ 50 (meia). Balcão: R$ 50 e R$ 25 (meia)