Bossa Nova entre amigos no novo CD de Wanda Sá

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
21/10/2016 às 15:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:19
 ( Divulgação)

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“Sou uma cantora de Bossa Nova. Fui muito pressionada, já me cobraram muito para fazer uma mudança, ficar mais moderna. Mas é isso que eu sei fazer bem. Por que iria me meter em um território que outras cantoras estão ocupando?”, afirma Wanda Sá em uma conversa sobre seu novo álbum, “Cá Entre Nós” (Fina Flor).

No trabalho, a cantora mantém a linguagem construída ao longo de mais de 50 anos de carreira, mas com um grande diferencial. Aqui ela está rodeada de muitos amigos, como Roberto Menescal, Ivan Lins, Quarteto do Rio (ex-Os Cariocas) e Chico Batera. 

“Quando decidi fazer o disco, não tinha nenhuma ideia concebida. Então liguei para o (Roberto) Menescal e perguntei: você tem alguma música para eu letrar? Ele me mandou. Comecei pelo título, ‘Cá Entre Nós’, e resolvi fazer uma música sobre amizade. Acabei levando essa ideia para todo o disco e fui atrás dos amigos”, lembra Wanda. 

No repertório, entraram músicas novas e outras mais antigas, como “Considerando” (do seu ex-marido, Edu Lobo, com Capinam) e “Cala, Meu Amor” (composição menos conhecida de Tom Jobim e Vinicius de Moraes). Há composições de vários companheiros antigos, como Carlos Lyra, João Donato e Marcos Valle. 

“Conforme fui buscando os amigos, fui desengavetando alguns sonhos. Como, por exemplo, gravar uma música de voz e baixo acústico, o que aconteceu com ‘Cala, Meu Amor’, que ganhou um belo arranjo do (baixista Adriano) Giffoni. Revi tudo que estava no meu coração, no baú das minhas lembranças”, diz. 

Bossa
Ao estar rodeada de amigos, Wanda diz se relembrar dos tempos de “Vagarosamente”, álbum lançado em 1964, quando ela tinha 20 anos. “Os amigos que estavam comigo naquela época continuam comigo agora. Como Marcos Valle, por exemplo. Mesmo com tantas mudanças em nossas vidas, não deixamos de ser amigos”, diz.

O que une essa turma, além da amizade, é a eterna paixão pela Bossa Nova. “Na Europa, no Japão, todo mundo quer ouvir Bossa Nova, mas aqui no Brasil não é bem assim. A bossa tem um lugar de prestígio, mas não da forma que deveria. Mas, graças a Deus, vamos todos sobrevivendo, fazendo shows no exterior”, diz a artista, que costumava ser a anfitriã dos encontros dos bossanovistas na década de 60. 

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