Brasil está no páreo para ganhar o primeiro Oscar

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
24/01/2018 às 12:34.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:55
 (SONY/DIVULGAÇÃO)

(SONY/DIVULGAÇÃO)

A atriz Tiffany Haddish não citou o nome do brasileiro Rodrigo Teixeira, durante o anúncio dos indicados ao Oscar deste ano, realizado na manhã de ontem, mas o produtor estará no palco do Samuel Goldwyn Theater, no dia 4 de março, caso o filme “Me Chame pelo Seu Nome” ganhe o prêmio principal. Se confirmar a vitória, ele será o primeiro brasileiro a receber a estatueta dourada, justamente na 90ª edição da maior celebração do cinema americano.

 A omissão do nome de Teixeira talvez seja um bom presságio, já que, em outras oportunidades, além dos tropeços na pronúncia, o prêmio só ficou na vontade. Ao longo da história do Oscar, o Brasil foi representado em diversas categorias – as mais importantes foram a de melhor diretor para Hector Babenco (“O Beijo da Mulher Aranha”) e Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”), filme de animação, com “O Menino e o Mundo”, e atriz, com Fernanda Montenegro (“Central do Brasil”).

 Na categoria principal, Teixeira foi antecedido por Francisco Ramalho Jr., um dos produtores do filme “O Beijo da Mulher Aranha” (1985), dirigido por Hector Babenco, que deu o Oscar de melhor ator a William Hurt. Curiosamente, “Me Chame pelo Seu Nome” tem um ator indicado – Timothée Chalamet, que, como Hurt, interpreta um personagem homossexual. Para aumentar as semelhanças, ambos filmes foram nomeados no quesito roteiro adaptado.

 Mas se depender das premiações que precedem o Oscar, as chances de “Me Chame pelo Seu Nome” são bem pequenas, além do fato do diretor do filme, o italiano Luca Guadagnino, não ter sido lembrado em sua categoria específica. Ele também não aparece entre os indicados do Directors Guild of America, cuja cerimônia de premiação acontecerá em 3 de fevereiro. Pelo Sindicato dos Atores, Chalamet perdeu para Gary Oldman (“O Despertar de uma Nação”), favorito ao Oscar.

 Na categoria de ator, a única diferença entre os indicados do Screen Actores Guild e da Academia foi a ausência de James Franco (“Artista do Desastre”), envolvido em casos de assédio sexual, substituído no Oscar por Daniel Day-Lewis (“Trem Fantasma”). Por sinal, o filme de Lewis cresceu na reta final, ganhando uma nomeação como diretor para Paul Thomas Anderson, que ocupou o lugar de Christopher Nolan, do filme de guerra “Dunkirk”.

 Dirigido pelo mexicano Guillermo Del Toro, “A Forma da Água” surge como a grande barbada, não só pelo número de indicações (13), como também pelo fato de ter sido escolhido como o melhor filme do ano pelo Sindicato dos Produtores da América (PGA), anunciado na noite de segunda-feira. Outro que ganhou força é “Dunkirk”. Apesar de fora da disputa por direção, a produção aparece com oito nomeações – nenhuma delas, porém, para o elenco.

 Neste quesito, “Três Anúncios para um Crime” está sobrando, devendo levar a estatueta de melhor atriz (Frances McDormand, desbancando Meryl Streep, que concorre pela 21ª vez, por “The Post: A Guerra Secreta”), e ator coadjuvante (Sam Rockwell e Woody Harrelson, em sua terceira indicação ao prêmio). Para melhor atriz coadjuvante, a cotação da estreante em Oscar Allison Janney, de “Eu, Tonya”, continua em alta.

 Greta Gerwig poderá se tornar a segunda mulher a ganhar o Oscar de direção, por “Lady Bird”. Ela também concorre por roteiro original, fazendo um páreo duro com “Corra!”. A comédia racial deu duas indicações a Jordan Peele (diretor e roteiro original), além de concorrer a melhor filme e ator (Daniel Kaluuya). Peele e Kaluuya se juntam a Denzel Washington, Mary J. Blige e Octavia Spencer entre os representantes negros da 90ª edição do Oscar.

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