Breve Festival traz Novos Baianos e outros 12 shows

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
21/09/2017 às 15:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:40
 (Dário Zelis/Diculgação)

(Dário Zelis/Diculgação)

“Fomos bastante cuidadosos para não deixar a música ser morta pela política. Quando você está no meio de uma confusão materializada, deve fazer nascer uma semente no campo quântico. Ela semeia dentro de você. Tem que regar muito, querer transformar. E a transformação interna gera a externa. Foi assim com os Novos Baianos”, conta Baby do Brasil, celebrando o reencontro de sua trupe revolucionária. Camisa dez do cancioneiro canarinho, os Novos Baianos voltam a Belo Horizonte amanhã com a turnê que revisita o célebre álbum “Acabou Chorare”, lançado em 1972.

O show é uma das 13 atrações do Breve Festival, que acontece no Mirante Beagá, no Olhos D’Água. A programação conta ainda com apresentações de Baiana System, Karol Conka, Projota, Emicida, Miami Horror, Tulipa Ruiz e Marcelo Jeneci, Iconili, Graveola, Moons, Young Lights, A Banda Mais Bonita da Cidade e Alta Fidelidade.

Em entrevista ao Hoje em Dia, Baby falou sobre como é voltar a dividir o palco com Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão. “É uma delícia estar novamente com os meus irmãos, com quem tive uma convivência de dez anos construindo, dividindo e multiplicando”, diz, relembrando os anos 70, quando a banda vivia junta no sítio “Cantinho do Vovô”, no Rio de Janeiro.

“Moramos juntos como uma família, fazendo música 24 horas por dia. No meio da ditadura, nós estávamos aprendendo ‘Brasileirinho’, de Waldir Azevedo, e cantando ‘eu sou amor da cabeça aos pés’, de de Moraes e Galvão, ao som dos arranjos absolutamente geniais de Pepeu. São lembranças extraordinárias que pretendemos colocar em livro”, continua a cantora. “Nós tivemos uma voz que nos uniu muito. Estávamos passando por cima das circunstâncias dançando, cantando e crendo firmemente que tudo ia mudar. Vivemos uma verdade que foi passada para a música”, pontua.

Mundo novo

]Para Baby, não só as canções de “Acabou Chorare” continuam atuais como os Novos Baianos seguem conquistando mentes e corações das novas gerações. “Quando um jovem garoto chega me dizendo que queria ter vivido com a gente no sítio, eu sei exatamente o que ele sente. Porque a cabeça dele, em temos de buscar um mundo novo, é a mesma. Mas ele precisa de diretrizes para resistir ao que vem pela frente, e se agarra à música”, reflete, ressaltando a criatividade dos artistas e grupos brasileiros da nova geração.

]Sobre o show em BH, a cantora assinala qualidades da plateia mineira. “É um público muito diferente, no geral. O mineiro tem essa coisa da observação. Participa, ouve, aplaude. Vive o momento de forma especial”, diz. “Sempre que tocamos em Minas saímos com a energia renovada”.

‘Duas cidades’

Guitarrista e co-fundador do Baiana System, Roberto Barreto sabe bem o que diz Baby sobre a tal energia renovada. Afinal, ainda ressoa na memória a última passagem da banda pela capital mineira, num show catártico no Music Hall. “Foi bem intenso. Ainda estamos com o eco de toda aquela vibração. O legal é que cada show é uma experiência. Agora, voltamos para um festival, num lugar aberto, que é um ambiente em que BH fica muito à vontade e que também é a nossa cara”, afirma.

O músico conta que o show no Breve Festival será focado no repertório de “Duas Cidades” (2016), mas terá novidades. “Vamos tocar também a faixa ‘Capim Guiné’, que gravamos com a cantora angolana Titica. É uma música muito forte, que faremos pela primeira vez no Rock in Rio e, depois, em BH”, adianta.

Serviço: Breve Festival. Amanhã, a partir das 14h, no Mirante Beagá (Rua Gabriela de Melo, 0, Olhos D’Água). Ingressos: R$ 200 (inteira) e R$ 100 (meia-entrada)

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