Buchecha e seu funk 'diferente’ em novo CD cercado de amigos e ídolos

Hoje em Dia*
26/12/2015 às 09:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:27
 (Marcos Hermes/Divulgação)

(Marcos Hermes/Divulgação)

Um funk diferente. Essa é a proposta de Buchecha em “Funk Pop” (Warner Music, R$ 27,90), disco no qual, cercado por amigos e ídolos da melhor estirpe, coloca em revista a sua trajetória por meio de releituras de sucessos e, num espectro mais amplo, do ritmo carioca.

Com produção assinada por Kassin, o álbum apresenta um funk mais suave ao flertar com o pop e a música eletrônica. A participação do produtor é exaltada por Buchecha: “Kassin trouxe frescor e qualidade musical a esse trabalho”.

Mas as novidades não se encerram na escolha do produtor. Ao se propor a reunir amigos, o artista promoveu um encontro de importantes nomes da música brasileira, recorrendo, assim, às suas diversas influências. Desta forma, apresenta sucessos do funk de maneira totalmente repaginada.

A proposta, inusitada, revela surpresas, como os famosos versos “Sabe, tchururu, estou louco pra te ver, oh yes” na voz marcante do pernambucano Lenine. “Ficou parecendo uma música dele”, avalia, ressaltando que, na verdade, o disco ficou com a cara de todos os convidados.

Um dos pontos altos do CD e da carreira do cantor, “Só Love” ganhou versão dos Paralamas do Sucesso. A faixa hit vem com um arranjo que remete ao pop rock dos anos 90. Gravada ao vivo no estúdio, a experiência foi marcante para Buchecha. “Cresci ouvindo (Paralamas) e estava lá vendo-os tocar no estúdio”.

A proposta de fazer um funk diferente fica evidente na participação de Paula Toller e Adriana Calcanhotto – nomes nada prováveis no cenário do funk, convenhamos, mas que já regravaram sucessos de Claudinho & Buchecha. “À Distância” e “Destino” aparecem em melodias suaves que apresentam novas facetas e possibilidades do ritmo.

A pegada pop fica evidente na versão de “Quero Te Encontrar”, sucesso também nos anos 90, que, agora, incorpora a participação do mineiro Rogério Flausino.
 
Caixinha de surpresas
 
A garimpagem feita por Buchecha e Kassin também inclui sucessos de outros artistas. A romântica “Sabiá”, da dupla Márcio & Goró, tem participação de Arnaldo Antunes – e sim, são misturas inusitadas como essa que fazem do álbum uma deliciosa caixinha de surpresas.

Ao convidar Emicida para o clássico “Rap do Silva”, Buchecha mostra que não se esqueceu do dito “funk politizado”, que surge com função social.

Ludmilla é um dos nomes que comparecem como participações especiais do trabalho

Outra convidada do novo disco de Buchecha é a cantora Ludmilla, um dos nomes mais bombados do cenário atual do funk. Junto a Buchecha, a funkeira revive o hit “Implacável”, que marcou a fase solo do cantor.

Inéditas também têm espaço no álbum. Parte da trilha sonora do longa-metragem “Vai que Cola – O Filme”, a faixa “Vem Cá Fazer um Love” reforça a proposta de um funk renovado.
 
Trajetória de Sucesso
 
Com mais de 20 anos de carreira na bagagem, Claucirlei Jovêncio de Souza, ou simplesmente, Buchecha, 40 anos, pode ser considerado como um dos pilares da cena funk no país.

Ao lado de Claudinho (1995– 2002), foi um dos responsáveis por colocar o ritmo no cenário nacional, ao aparecer em programas de sucesso na telinha e ter músicas incluídas em trilhas. “Foi uma história marcante, uma trajetória vencedora”, diz Buchecha, que, além da perda precoce do parceiro (morto em um acidente de carro), também vivenciou a tragédia de ter seu pai, Claudino de Souza Filho, assassinado a tiros, em 2010.

Mas o momento, agora, é de falar das coisas boas. Como o novo disco, que ele aponta como um divisor de águas em sua carreira. Que venham, pois, outras boas novidades neste singrar de novos mares.
 
(*Com Jéssica Couto)

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