Cássia Kiss fala sobre carreira e 'o que é importante na vida'

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
05/06/2018 às 09:15.
Atualizado em 03/11/2021 às 03:25
 (FELIPE SOUTO MAIOR/DIVULGAÇÃO)

(FELIPE SOUTO MAIOR/DIVULGAÇÃO)

RECIFE – “Não precisa formular muito. Pode ir direto para a fofoca, sobre o que gosto de cozinhar”, diverte-se Cássia Kiss, ao iniciar a entrevista, um dia após receber homenagem no Cine PE – Festival do Audiovisual, na capital pernambucana, no fim de semana. A atriz falou, sim, de cozinha, e soltou algumas “fofocas” dos bastidores de telenovelas, mas nada que pudesse ser tachado como conversa sobre futilidades. Aos 60 anos, idade que define como a da “segunda chance”, Cássia diz gostar cada vez mais da vida. “Não sei quantas novelas, filmes e peças eu fiz. Não tenho o personagem da minha vida ou algum que sonhe fazer. Essa coisa não faz parte de mim. Gosto do que a vida apresenta, dos dramas dela. Gosto do que a arte pode nos dar, do que a gente pode construir”, afirma Cássia. Para exemplificar a arte como algo que nos faz enxergar a beleza, a inesquecível Leila de “Vale Tudo” usa a culinária. “Se você faz um prato bonito, em que aquilo não é simplesmente um alimento que vai virar sangue, colocando uma folhinha por cima como acabamento, isso é arte”, diz. 

“É preciso coragem de fazer, abrir o peito e querer, em dar o salto no desconhecido”

 Hoje o que ela mais preza é o trabalho em equipe. “É preciso que todos estejam juntos, envolvidos num trabalho de pesquisa, dispostos a ir mais a fundo e querer construir algo”, salienta, citando mais uma vez a gastronomia. “Tenho uma panela de pressão onde faço arroz integral. Ela está com problema, mas meu arroz sai perfeito porque sei como funciona”. Um exemplo de “prato bem feito” foi a parceria com Cauã Reymond na série “Amores Roubados” (2014), em que interpretam mãe e filho. “No primeiro dia em que dialogamos, concluímos na hora que havia um grande buraco entre eles e que não podíamos mais nos encontrar. Todos os dias, se ele estava num lugar, eu ia para outro. Foram quatro meses assim”, lembra. Só voltaram a se falar após a gravação da cena final, em que o personagem de Reymond, pouco antes de morrer, diz à mãe para pararem de brigar. “O resultado foi uma cena incrível, em que Walter Carvalho diz ter sido a melhor que já fotografou. Tivemos que romper uma relação para criar esse momento de encontro e ficar bom”. Sem preguiçaIsso tudo tem a ver, segundo Cássia, com a preguiça– ou melhor, com a ausência dela. “Não fui para a academia, mas estudo, pesquiso e leio muito. Estou relendo os livros da minha época de 20 anos. Não gasto meu tempo ficando quatro, cinco horas nas redes sociais. Também não gosto de fotos. Sempre quando me pedem, prefiro dar um abraço. Preciso do humano”, registra.  Dessas leituras, por sinal, já saíram muitas sugestões para filmes, como “Um Copo de Cólera” (1999) e “Lavoura Arcaica” (2001). Agora está de olho em um conto de “A Cidade Dorme”, do escritor mineiro Luiz Ruffato. “Sou louca por ele e há um conto ali que dá um filme lindo. Sou boa neste negócio. Quem sabe eu mesma faça”, promete.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por