Curiosamente, a árvore musical capixaba não gerou frutos tão conhecidos no Brasil. Mais curioso ainda é que, mesmo diante desta “escassez”, o Espírito Santo deu luz aquele que talvez seja o maior nome de nossa música pop: Roberto Carlos. “Ele é uma coisa que impressiona desde a infância, mas é curioso é que esta é um informação que demora um pouco a chegar, tipo ‘Nossa, ele é daqui também’”, revela Juliano Gauche, um dos bons nomes da nova safra da região, que se apresenta solo pela primeira vez em BH neste sábado, na Idea Casa de Cultura.

Apesar da admiração pelo “Rei”, Gauche se revela mais aparentado com outro grande nome conterrâneo: Sérgio Sampaio. “Vim a conhecer a obra dele mais tarde, mas foi um artista que me deu um norte, tanto que gravei um disco só com a obra dele”, diz, fazendo referência a um tributo registrado com o Trio Zebedeu, em 2013.

Sampaio serviu como baliza para Juliano especialmente no aspecto “gauche” de sua arte. “A coisa meio torta, maldita, veio de antes; as primeiras coisas que comecei a ler me levaram para este lado da poesia. Quando conheci a obra do Sérgio, identifiquei que tínhamos quase os mesmos autores de cabeceira. Mas, musicalmente, não tenho essa pegada tão samba, de raízes, que ele tinha. Me acho mais ‘modernoso’”, separa o músico.

ROCK

Realmente quem explora as sonoridades de seus álbuns (a estréia em 2013; “Nas Estâncias de Dzyan” de 2016 e o recém lançado “Afastamento”, de maio deste ano) encontra sonoridades mais roqueiras com piscadelas psicodélicas. “Não sou muito preso a linguagem de gêneros. Acho o rock meio cachorro vira lata nesse sentido, essa coisa de misturar tudo, acho que é o mais interessante”, diz, citando artistas como Mutantes e Raul Seixas entre outros ‘setentismos’ como referências importantes de sua música. 

Aliás, no show deste sábado ele divide o palco com outro Raul: o mineiro Raul Mariano, que conheceu há alguns anos, quando este fazia o show de lançamento de seu disco “Pra Quem está Vivo”, em São Paulo. “Nos encontramos na rua Augusta, por causa de uma turma de músicos próxima. A música dele tem mesmo essa brisa solar, uma coisa melódica gostosa daí de Minas. Achei que ele fazia um contraste bom com o tipo de musica que eu produzia na época, fizemos um show juntos e ficou bom. Seguimos conversando e agora pintou a chance de fazermos aí de novo”, diz. Flávio Tavares/Divulgação 

MPB– Raul Mariano mostra suas boas canções em show

Serviço:
Juliano Gauche e Raul Mariano, sábado às 20h, na IDEA Casa de Cultura (Rua Bernardo Guimarães, 1200–Funcionários). Ingresso: R$20 na bilheteria ou no www.sympla.com.br/IDEAcultura

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