Centenário de Guerra-Peixe começa a ser celebrado com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais

Cinthya Oliveira - Hoje em Dia
13/02/2014 às 08:11.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:59
 (Arquivo Estadão Conteúdo)

(Arquivo Estadão Conteúdo)

Um dos maiores nomes da música sinfônica brasileira, César Guerra-Peixe será bastante lembrado nas próximas semanas. O centenário de seu nascimento, em 18 de março, movimenta orquestras de todo o país em preparativos para as homenagens.

A começar por essa noite, quando a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais sobe ao palco do Cine Theatro Brasil para uma apresentação que integra o “Verão Arte Contemporânea”.

No programa do concerto, “Concertino para Violino e Orquestra de Câmara”, feito por Guerra-Peixe em 1972, e “Bachianas Brasileiras nº 7”, que Heitor Villa-Lobos mostrou pela primeira vez em 1942. “Quis fazer um panorama de dois compositores que usaram o folclore como material melódico e base para suas obras”, afirma o maestro Marcelo Ramos.

Enquanto a obra de Villa-Lobos que será executada teve as lendas da Amazônica como principal fonte de inspiração, a peça de Guerra-Peixe foi criada na época em que o artista mergulhou em uma intensa pesquisa sobre a cultura e a música do Nordeste.

“Em 1949, Guerra-Peixe passa a ter grande interesse pela música brasileira, se muda para Recife e estuda sistematicamente a cultura da região”, explica Marcelo Ramos. “No ‘Concertino’, há muitos trechos que lembram forró e frevo. É muito interessante ouvir uma obra erudita e perceber forró e frevo inseridos nela com uma genialidade musical incrível”.

Orquestra Sinfônica de Minas Gerais no Cine Theatro Brasil (Praça Sete). nesta quinta-feira (13), às 21h. R$ 16 e R$ 8

Um ingresso, quatro coreografias

A São Paulo Cia. de Dança (SPCD) chega a Belo Horizonte para uma intensa programação, que irá beneficiar profissionais da área e agradar especialmente o público. A companhia participa do projeto “Mix Dança – Encontro de Cias”, do Sesc, e se apresenta nesta sexta-feira (14) e domingo no Sesc Palladium, ao lado da Cia. Sesc de Dança.

Enquanto o grupo paulista mostra três espetáculos – “Mamihlapinatapai”, de Jomar Mesquita, com colaboração de Rodrigo de Castro; “Petite Mort”, de Jirí Kylián; e “In The Middle, Somewhat Elevated”, de William Forsythe – a Cia. Sesc de Dança apresenta “São como Palavras”, de Henrique Rodovalho. Ou seja, o público poderá conferir quatro coreografias por apenas R$ 12.

Além disso, nesta sexta-feira (14), às 14h30, o grupo faz, ao lado da Cia. Sesc de Dança, seu “Espetáculo Aberto Para Estudantes”. Nessa ação, crianças e adolescentes assistem a trechos de montagens das companhias e recebem material didático sobre o universo da dança. No sábado, oficinas de dança de técnica de balé clássico e de dança contemporânea.

A SPCD aproveita ainda a visita a BH para produzir mais um material para o projeto “Figuras da Dança” – uma série de documentários que são exibidos pela TV Cultura. A diretora da companhia, Inês Bogéa, fará uma entrevista com Paulo Pederneiras, diretor artístico do Grupo Corpo. “Falar sobre o Paulo é falar também sobre o Rodrigo (Pederneiras) e a maneira peculiar com que trabalham. Interessante como o Paulo permite um diálogo entre a dança e as outras artes que compõem os espetáculos”, afirma Inês Bogéa, lembrando que o “Figuras da Dança” realizou 26 documentários e outros quatro serão produzidos este ano.

Jomar mesquita

Dentre as peças escolhidas para serem apresentadas, o principal destaque é “Mamihlapinatapai”, fruto da parceria da SPCD com o mineiro Jomar Mesquita (diretor da Mimulus Cia. de Dança). “É um espetáculo sobre duas pessoas que têm o mesmo desejo, mas nenhuma delas tem coragem de tomar uma iniciativa”, explica.

São Paulo Cia. de Dança e Cia. Sesc de Dança no Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046). nesta sexta-feira (14) e sábado, às 21h. R$ 12 e R$ 6

Em março, Sinfônica apresenta obra inédita de Guerra-Peixe

A homenagem oficial da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais ao centenário de Guerra-Peixe (1914-1993) acontece no Grande Teatro do Palácio das Artes no dia 21 de março, com a apresentação da obra inédita “Sinfonia nº 2 – Brasília”. “Teremos orquestra completa, coral lírico e um narrador que fará o papel de Juscelino Kubitschek”, adianta Marcelo Ramos.

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais também vai lembrar da efeméride. No próximo dia 25, dentro da série “Vivace”, a orquestra apresenta, no Palácio das Artes, a obra “Museu da Inconfidência”, sob a regência de Marcos Arakaki.

Entre os dias 9 e 11 de abril, a Escola de Música da UFMG promove um seminário sobre Guerra-Peixe, com colóquio, debates, palestras e concerto.

Novidades

A Sinfônica se prepara para uma agenda intensa em 2014. Sua série “Sinfônica no Museu”, realizada no Inimá de Paula, terá uma atenção especial. Como a procura pelos concertos é muito significativa, as apresentações passarão a ter sessões extras, nos dias seguintes.

A parceria com o “Savassi Festival” se mantém. A orquestra participará da estreia de uma composição que o mineiro Rafael Martini está criando especialmente para o festival – que não será realizado em junho, como de costume, por causa da Copa do Mundo. 

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