Cia Mineira repete sucesso internacional em Brasília

Miguel Anunciação - Do Hoje em Dia
24/07/2012 às 10:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:48
 (CenaContemporânea/Divulgação)

(CenaContemporânea/Divulgação)

“O Corpo é a Mídia da Dança? – Outras Partes”, convenhamos, não é um título dos mais felizes. Além da interrogação com a qual, de cara, interpela o espectador, antes mesmo de lhe oferecer algo em troca, sequer alguma base de argumentação sobre o que duvida, no limite poderá sugerir uma outra proposta de dança contemporânea que se ilude de poder transformar o pensamento sobre algo fundamental. O ambiente da dança contemporânea costuma ter dessas pretensões.

Por sorte, essa admirável produção de Uberlândia, que se desdobra em novas possibilidades desde sua estreia, em 2005, recompensa plenamente quem se dispõe a assisti-la – apesar do título enigmático. É um daqueles raros espetáculos em que a consistência artística não reduz o prazer do seu público.

É uma delícia assistir “O Corpo é a Mídia da Dança?”, sem qualquer dúvida, uma das melhores ofertas da programação desta 13ª edição do festival Cena Contemporânea de Brasília, que chega ao fim no próximo domingo escalando, entre outros, “Luís Antônio Gabriela”, da Cia Mungunzá/SP, infelizmente limado da última edição do FIT/BH, e “La Beuteé du Diable”, solo do bailarino Koffi KôKô, do Benim, exibido em maio no Teatro Oi Futuro, pela extensão mineira do festival Viladança, da Bahia.

Produzido graças ao edital do Território Minas, do FID, “O Corpo é a Mídia da Dança?” passou a explorar novas possibilidades, maneiras novas de chegar ao público, desde que recebeu recursos do Rumos Dança Itaú. Assim, vem se exibindo no Brasil e no exterior. Em 2011, imagine, viajou a cinco países, por três vezes consecutivas à França. Este ano, já se apresentou em Alemanha e Holanda. É o que chamamos de sucesso.

Aqui em Brasília, escala o versátil e articulado Vanilton Lakka (oriundo da dança de rua, em 2005 venceu o prêmio de Melhor Bailarino de dança contemporânea da APCA, criador desta obra), Cláudio Henrique e Chiquinho. Amparados por material da street dance, os três elaboram um trabalho ao mesmo tempo atlético, vigoroso e estético, sem perdas de competências.

Aberta com equilíbrio à participação do público, a cena tanto soa simpática, divertida, agradável de acompanhar, como permite aos bailarinos tempo para se recompor do esforço evidente. Em contrapartida, os aplausos do público, bastante gratificado, são fartos, sempre muito calorosos. De parabéns.

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