Cine Santa Tereza será revitalizado e vai concentrar ações na área audiovisual

Da redação
almanaque@hojeemdia.com.br
05/05/2017 às 10:30.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:24
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

O equipamento público da Fundação Municipal de Cultura terá nova estrutura para um melhoramento no funcionamento da atividade cinematográfica, preservação e fomento da produção visual.

Além disso, o espaço receberá as equipes atualmente instaladas junto ao Museu da Imagem e do Som (MIS), atendendo a uma antiga demanda do setor, que buscava um local mais adequado para a realização desse trabalho. Estas ações contarão com recursos do BNDES, de compensação de patrimônio histórico e da própria prefeitura.

Segundo o diretor do arquivo, museus e centros de referência da Fundação Municipal de Cultura, Yuri Mello Mesquita, o Cine Santa Tereza também terá avanços no seu tratamento acústico. Uma nova porta corta-fogo vai contribuir para que o áudio dos filmes seja melhor reproduzido durante as sessões, reduzindo o ruído externo. Uma segunda fase do projeto prevê a transferência também do acervo, hoje localizado em um imóvel da região Centro Sul, para o equipamento cultural.

A administração municipal estuda também a implantação de núcleo de produção digital, com o objetivo de formar pessoas na produção audiovisual, em um imóvel da área central. Se a ideia for concretizada, será o primeiro do gênero em Minas Gerais.

Para o Museu da Imagem e do Som, a mudança é motivo de preocupação. "Quando recebemos essa noticia dessa forma, como algo ja dado como certo, com prazo de desocupação estabelecido, ficamos assustados porque o que nos preocupa é o quanto isso vai impactar negativamente as ações que desenvolvemos no Museu", explica a  técnica de nivel superior do Patrimônio Cultural do MIS, Isabel Beirigo.

Isabel explica que o maior problema com essa transferência é a questão do acervo. "Atualmente, a área do acervo ocupa toda a parte de baixo do Museu. São cinco salas com reserva técnica com climatização, controle de temperatura e umidade relativa do ar e sistema de exaustão. Todas as salas ficam separada para manter as condiçoes fisicas ideiais para cada fim. Além destas salas, temos ainda uma sala de tratamento e mais duas de atendimento do pesquisador. Como vamos colocar o Museu, contruído numa área de 420m² em um espaço de 150m²?", questiona.

O produtor cultural do Cine Santa Tereza, Gilberto César Vieira, concorda que o espaço não será suficiente, além do mais, a mudança vai acarretar no cancelamento de mostras importantes de cinema que o Cine receberia. "O Cine Santa Tereza não tem nenhuma condição de receber o acervo do MIS. Primeiro por questão de espaço, de infraestrutura. Segundo porque o cinema teria que interromper toda a sua programação já fechada até dezembro, em que receberíamos algumas mostras muito importantes de cinema russo, europeu, o Anima Mundi, então vamos ter que cancelar tudo". 

Gilberto explica que a forma com que a decisão foi comunicada, também deixou a todos muito incomodados."A gente foi surpreendido pelo comunicado verbal do prefeito, não teve nenhuma formalidade nisso. Ficamos sabendo por meio da diretoria do MIS, o que nos causou um grande susto. O prefeito, infelizmente, mesmo tendo sido amplamente apoiado pelos servidores da cultura e por toda a classe artistica de BH, não tem dialogado com os funcionarios. Nem o corpo técnico do MIS quanto do Cine foi consultado".  ​

O secretário municipal adjunto de comunicação, Chico Maia, considera que as divergências de opinião neste caso são uma manifestação natural. "As pessoas costumam ter receio de mudanças. Na verdade, trata-se da potencialização do Museu da Imagem e do Som de Belo Horizonte e do fortalecimento do audiovisual na cidade", explica. Sobre as críticas feitas ao prefeito Alexandre Kalil, a prefeitura não se manifestou.  

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