Circuito MIMO começa hoje com atrações em Ouro Preto e Tiradentes

Jéssica Malta
jcouto@hojeemdia.com.br
27/09/2017 às 15:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:45
 (Ira Rokka/Divulgação)

(Ira Rokka/Divulgação)

As históricas igrejas de Ouro Preto e Tiradentes viram palco para diferentes ritmos e atrações musicais, de hoje a domingo, com o Circuito MIMO – versão enxuta do MIMO Festival, considerado o maior evento gratuito de música do Brasil.

Apesar da programação reduzida, a produtora Lu Araújo garante que a qualidade não foi deixada de lado. Prova disso são as atrações escolhidas a dedo, que e abarcam diferentes estilos. “Trazemos trabalhos completamente diferentes um dos outros, mas todos respaldados pela crítica mundial”, reforça.

Além dos vencedores do prêmio MIMO Instrumental André Siqueira, que toca hoje em Tiradentes, e Thiago Almeida, que se apresenta amanhã em Ouro Preto, o circuito também marca a estreia da inglesa ALA.NI no Brasil – a intérprete é atração em Ouro Preto e Tiradentes.

“Trabalhamos com certa vanguarda. A ALA.NI, por exemplo, é uma cantora que muita gente pode não conhecer, mas já está em evidência fora do país e deve se tornar ainda mais conhecida nos próximos anos”, avalia a produtora. “Ela tem uma voz linda, que remete às cantoras das décadas de 30 e 40, mas de uma forma totalmente contemporânea”, acrescenta.

Outro destaque internacional, que também faz sua estreia no país tocando nas duas cidades, é a francesa Anne Paceo, força consagrada do cenário jazz da França. “Ela tem só 34 anos e já é tratada como uma maiores instrumentistas mundiais”, ressalta Araújo. “Tem um trabalho no jazz, mas que também atende a uma linha pop. É muito bacana ver algo que você não consegue explicar. Isso demonstra que ela tem uma assinatura”, pontua a produtora.

Os músicos brasileiros Zé Nogueira & Arthur Dutra, que apresentam um projeto em conjunto e convidam o baixista Bruno Aguilar, completam a programação do circuito nas cidades históricas mineiras.

Muito além da música

Realizado desde 2004, o MIMO tem em sua essência uma forte ligação com a memória e os patrimônios históricos do Brasil. Tanto que a produtora define como impulsionador para o projeto um episódio em que presenciou uma garrafa sendo arremessada contra a portaria da Igreja da Sé, durante um carnaval em Olinda. “Fiquei marcada por isso e comecei a questionar: por que não valorizamos a nossa história? Aquela pessoa estava agredindo uma história que também é minha”, recorda. “O MIMO começa nesse sentido de olharmos para esses lugares como nossa memória”, ressalta.

Além da relação histórica, o projeto surge também como uma forma de expandir e facilitar a circulação cultural do país. “Começamos em Olinda, a 2500km do Rio de Janeiro. É uma cidade que não tem um teatro ou cinema, mas 22 igrejas que são utilizadas, para suas missões originais, uma ou duas vezes na semana. Então por que não usá-las também como um espaço para a cultura? A religião é um alimento para o espírito, mas a cultura também é”, pontua.

Serviço: Circuito MIMO, de hoje a sábado, em Ouro Preto e Tiradentes. Veja a programação completa em: www.mimofestival.com/

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