Clássicos e atemporais: desenhos antigos ainda são exibidos e fazem sucesso

Vanessa Perroni
vperroni@hojeemdia.com.br
23/11/2016 às 20:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:47

Ele está velhinho, mas continua na ativa. O programa “Pica-Pau” completa 75 anos amanhã e ainda diverte crianças e adultos com suas traquinagens. Desde a década de 50, quando foi exibido pela primeira vez no Brasil, foram raros os momentos que ficou fora da grade de programação nos canais abertos. Atualmente pode ser visto na Record, aos sábados.

Mas não é somente a ave do topete vermelho que ainda encontra espaço e faz sucesso. Canais fechados como Cartoon Network, Discovery Kids, Gloob, Boomerang e Disney Channel, além de serviços de streaming voltaram a exibir títulos como “Tom e Jerry”, “A Pantera Cor-de-Rosa” “Ursinhos Carinhosos”, “Os Smurfs”, “Scooby-Doo”, “As Aventuras de Tintim”, os clássicos da “Looney Tunes” e por aí vai.

Algumas dessas animações receberam novos traços. Prato cheio para adultos saudosistas e novidade para as crianças, garante o especialista em animação clássica Igor Meirelles. “Além de serem atemporais. O resgate desses desenhos vem por um movimento dos adultos que querem apresentar aos filhos o que assistiam na infância”, analisa. “Atualizar o traço é uma forma de conquistar as crianças dessa geração, que estão acostumadas com animações em 3D. Assim agrada pais e filhos”.

A análise de Igor vai de encontro a uma pesquisa recente realizada pela Netflix, na qual aponta que 85% dos pais de diferentes países querem apresentar ou já apresentaram para os filhos os desenhos que costumavam ver durante a infância. Cerca de 75% das pessoas que participaram da pesquisa disseram que se sentem crianças de novo e que os filhos aprendem importantes lições de vida com as referências culturais dos pais. 


Espontaneidade
O que leva um desenho a ficar por mais de sete décadas no ar? “Uma das questões é que eles não se levavam a sério demais. Os personagens eram mais espontâneos”, pontua o mestre em Animação Digital e diretor da Casa dos Quadrinhos, Cristiano Seixas.

Ele ressalta ainda a pegada nonsense e surrealista presente nessas animações. “Tinham algumas ações que não faziam sentido lógico na história, mas tinham resultado dramático/cômico que enriquecia o desenho”, elucida.

Atualmente muitas dessas cenas seriam cortadas pela equipe de produção. “Hoje muita coisa fica de fora por receio de respostas negativas”, pontua.

Apesar de muitos desses desenhos terem recebido ares modernos, a maioria é exibida na versão original, o que para Seixas cria mais empatia com o público, pela forma artesanal como eram feitas. “Quando a animação é feita com desenhos a mão, de maneira artesanal, tem mais empatia e chegam a ser aconchegantes. Os feitos em 3D são mais frios”, compara.

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