Clubes de assinatura se destacam pela criatividade e variedade

Vanessa Perroni - Hoje em Dia
28/12/2014 às 07:56.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:30
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Guilherme Bonamichi e Camila Muniz sempre apreciaram bons vinhos e, por isso, não pensaram duas vezes antes de aceitarem um convite para participar de um clube de assinaturas da bebida. Todo mês o casal recebe em casa uma caixa com duas garrafas de vinho. Mas existe aí uma “surpresa”: eles não sabem o tipo de uva, a marca ou o país de origem do produto. “Isso é bom porque acabamos conhecendo vinhos de várias partes do mundo, que talvez não compraríamos”, comenta a moça.   Há três meses ela e o namorado assinaram um plano mensal a convite do cunhado. “O custo/benefício é muito bom. E ser surpreendido com a origem dos produtos é uma brincadeira muito boa”, garante Bonamichi.   Geeks   Clubes de assinatura não são uma novidade. O inédito, agora, é surpreender e aguçar a curiosidade do cliente. Com essa proposta surgiu recentemente o My Nerd Box, criado em Belo Horizonte pelos jovens amigos Rafael Avelar, de 24 anos, e Breno Fernandes Queiroz, de 26 anos.   Nerds assumidos eles preparam todos os meses caixas recheadas de produtos ligados ao universo do público (como também são conhecidos os nerds). “A comunidade nerd é grande. Como já somos familiarizados com esse universo decidimos colocar em prática esse projeto”, conta Avelar.   Há apenas quatro meses no mercado, o My Nerd Box já conquistou público em seis Estados. “Temos retorno dos clientes. O fator surpresa é o que mais agrada. Os clientes chegam a fazer vídeos do momento em que abrem a caixa”, comemora o empreendedor. Entre os produtos estão bonecos, camisetas, canecas, adesivos e o que mais permitir a imaginação.   ‘Suspense’ varia de caixas com brincadeiras a shows intimistas   A “caixa surpresa” também conquistou o público infantil. O pequeno Bernardo Nunes, de 6 anos, todos os meses se diverte com a “Arte Surpresa”, uma caixinha de atividades para crianças de até sete anos. “Cada vez que chega a caixa aqui em casa é uma farra. O Bernardo fica eufórico para abrir e montar”, relata a mãe do garoto, Maristela Nunes.   Há cinco meses a assistente social conheceu o produto por meio de uma amiga. Com a última caixinha, mãe e filho fizeram três atividades: pintaram sapinhos de papelão; montaram uma cobra “língua de sogra” e um camaleão com dobraduras e rodinhas. “São atividades que estimulam a criatividade da criança. Meu filho fica ansioso para ver a arte pronta”, comenta Maristela, que já enviou a “caixa surpresa” de presente para alguns sobrinhos.   O elemento surpresa não está presente somente nos clubes de assinaturas. Outras iniciativas no meio cultural também possuem essa marca. É o caso do Sofar Sounds, um projeto que surgiu em 2009, em Londres, e funciona com shows “secretos”.   Para participar, o público se inscreve no site oficial (sofarsounds.com), para receber as datas e cidades por onde o evento vai passar, e se candidata a uma vaga gratuita – ou por meio de uma contribuição mínima de R$ 20 para garantir seu lugar.   Cada edição do Sofar reúne de três a cinco bandas independentes e o público só fica sabendo quem são as atrações na hora do show. O local é divulgado cerca de 48 horas antes do evento. As apresentações ocorrem sempre em ambientes inusitados como residências, ateliês, galerias e outros. No Brasil esses shows intimistas começaram a aparecer em 2012, em São Paulo. Atualmente ocorrem em oito capitais e Belo Horizonte está no circuito.   No início de dezembro, a galeria de arte Mama/Cadela! (localizada em Santa Tereza) foi o palco dos shows na capital mineira. O público conferiu o som de Alysson Salvador, Rafael Dutra, Zaika e Berimbrown. “Não se trata de uma festa, mas um novo conceito de como apreciar música”, elucida o produtor Fernando Remiggi, que, ao lado de Dilson Laguna, promove o Sofar Sounds no Brasil.   Acontece, em média, seis eventos por mês no Brasil. “A lista de espera é grande”, ressalta Remiggi. Como o número de público é restrito, nem todas as pessoas que se inscrevem no site conseguem ir ao show. “Sempre damos preferência para as pessoas que nunca foram”, garante o produtor.   Quem já foi aprova. “Ouvi uma banda que não conhecia e isso é legal. Talvez não ouviria de outra forma. O público é realmente interessado em música e isso torna a experiência melhor”, avalia o advogado Renato Tavares.   Uma programação especial está sendo preparada para janeiro. Para 2015, a ideia é realizar edições do festival Sofar+, que devem contar com outras performances artísticas.

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