Coletivo Bomba Suicida desconstrói a versão cristã do Paraíso

Miguel Anunciação - Hoje em Dia
25/10/2013 às 08:52.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:38
 (Hervé Véronése )

(Hervé Véronése )

Independentemente até da verba que dispõe, as edições do Fórum Internacional de Dança costumam estar prontas com bastante antecedência. A próxima superou as demais: desde setembro, a fanpage do FID anuncia que "em breve a bomba vai explodir". Não explode já: prevista para iniciar dia 1º e prosseguir até 10 de novembro, a 18ª edição foi lançada oficialmente na quinta-feira (24), em coletiva de imprensa.

Abre com "Paraíso - Colecção Privada", do Bomba Suicida, coletivo de artistas de várias procedências, com sede em Cabo Verde e Portugal. Apresenta no Oi Futuro sua versão demolidora das promessas cristãs.

O Bomba é uma das nove atrações internacionais desta edição, que aponta o canadense Bonoit Lachambre como a mais aguardada dentre todas. Trazido em 1996 e 2000, quando era um criador invulgar, mas pouco conhecido, Benoit hoje é tido como um dos expoentes dos anos 90. Trabalha com figuras consagradas e desconhecidas.

Das cinco atrações nacionais, duas são locais e tiveram os recursos que o FID coloca na incubadora "Território Minas": "Trans-Amazônia", síntese do meio ano de viagens que Tiago Gambogi empreendeu por sete Estados, pela passagem dos 40 anos de inauguração da Transamazônica; e "Hyemma - não Deforma, não tem Cheiro, não Solta as Tiras", segundo solo de Tuca Pinheiro contra a higienização e as formatações do mundo da dança e das artes. De ambição política como "He, She or It", de 2006.

Ambos, mais "O Confete da Índia", solo de André Masseno (RJ), e "1.000 Casas", solo de Marcelo Evelin, do Núcleo do Dirceu, de Teresina, são contraindicados a menores de 18 anos. E três destes exalam cheiros enquanto são exibidos.

Desde 1996, aliás, o FID vem se distinguindo pela ousadia, pela inconformidade com que escala artistas e espetáculos. Pelo seu apego ao novo, ao que o público ainda nem conseguiu apreender. E assim tem se comportado em relação ao Fidinho, de espetáculos voltados ao público infantil. Este ano escala dois: "Tritone", de Sílvia Real, Portugal, e "Buraco", de Elisabete Finger, de Curitiba/Alemanha. O primeiro oferece oficina após as duas sessões na Funarte. Cinco espaços recebem os 14 espetáculos previstos. À venda, os ingressos custam somente R$ 4 e R$ 2 (meia). Confira.

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