Companhia de dança Primeiro Ato celebra 35 anos de atividades

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
11/10/2017 às 18:05.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:11
 (GUTO MUNIZ/DIVULGAÇÃO)

(GUTO MUNIZ/DIVULGAÇÃO)

Para comemorar os 35 anos do grupo de dança mineiro Primeiro Ato, os bailarinos foram às ruas. Orientados pela coreógrafa e diretora Suely Machado, eles caminharam pelo centro de Belo Horizonte para observar a forma como a sociedade moderna tem andado – literalmente.

“As pessoas andam de cabeça baixa, olhando para o celular e com fone de ouvido. Quando você se aproxima, elas se assustam, como se perguntassem ‘o que você quer?’. Hoje existe a falta do reconhecimento do outro como pessoa”, destaca Suely, que transformou a pesquisa no espetáculo “Passagem”.

Junto a “InstHabilidade”, ele entra para o repertório comemorativo da companhia. Depois da apresentação de “Passagem”, no Sesc Palladium, hoje é a vez de “InsHabilidade” ocupar no palco, no mesmo local. A ideia que costura o espetáculo também tem a ver com o momento social do país.“Cair e levantar”, mostrando que está vivo, está na essência do povo brasileiro. “É sobre a nossa capacidade de lidar com a imprevisibilidade. A estabilidade representa a morte. Na vida, é preciso ter coragem para vencer o medo. Este desafio está, mais do que nunca, presente nos dias de hoje”, observa. A coreógrafa alerta que não se trata de um problema exclusivamente brasileiro. “O que estamos passando é algo mundial. A crise está no mundo todo. O importante é vencer esse desafio sem abrir mão da pessoa, da relação com o outro e se reconhecer no olhar do outro. Só assim seremos conscientes do que somos”. Fora do eixoDiferentemente de “Passagem”, criado para ocupar espaços alternativos, como uma estação de metrô e o adro de uma igreja, “InstaHabilidade” foi concebido para o palco. “É como se fosse uma arte moderna, todo branco, sem fuga para o lado esquerdo”, destaca Suely. No espetáculo, os bailarinos (Ana Virgínia Guimarães, Danny Maia, Lucas Resende, Marcela Rosa, Marcella Gozzi, Pablo Ramon) estarão o tempo todo trabalhando fora do eixo, criando o estado de instabilidade. “Pode parecer simples, mas é um movimento difícil de fazer”, sublinha.  Suely encara a arte como uma responsabilidade social. Ela tem promovido encontros com colegas das mais diversas áreas, a partir do “Café com Prosa”, evento que também está ligado às comemorações de do Primeiro Ato. No encontro inaugural, realizado na semana passada, ela reuniu mulheres. “Falamos do momento atual e do sagrado feminino, da capacidade de um cada uma de nós poder mudar o mundo com a sua arte. Só o mudaremos a partir de atitudes individuais e do foco no presente”, registra Suely, que prepara um novo evento para dezembro. Serviço: “InstHabilidade”. Hoje, às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium ( Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro). Ingressos: Plateia I – R$ 40 (inteira), R$ 20 (meia) e R$ 16 (comerciário). Plateia II – R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia) e R$ 12 (comerciário). Plateia III – R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia) e R$ 8 (comerciário). 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por