Contra a corrente, a favor do teatro

Patrícia Cassese - Hoje em Dia
09/03/2014 às 08:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:31
 (Leo Aversa - Divulgação)

(Leo Aversa - Divulgação)

Pode até valer para alguns, a máxima de que o ano só se inicia de verdade após o Carnaval. Mas para colocar mais uma edição do seu “Teatro em Movimento” em curso, Tatyana Rubim, idealizadora do projeto, não se deu ao luxo de desplugar da palavra “trabalho” nos últimos meses. Não bastassem os problemas enfrentados pela cultura em suas mais diversas vertentes (como a eterna dificuldade na captação de recursos), o “setor” ainda tem, pela frente, um ano bastante singular, com uma Copa do Mundo e eleições.   “A gente refletiu muito sobre fazer ou não teatro durante a Copa. ‘Eis a questão’, parafraseando Shakespeare (risos). Claro, seria enriquecedor ter repertório dirigido ao turista da Copa, que poderia, assim, beber em outras fontes da cultura nacional que apenas não o futebol. Mas o Edital do Ministério da Cultura foi desanimador, pelo menos para nós”, diz ela.    Outra questão analisada foi o impacto das manifestações. “Sentimos que o público pode ficar temeroso em sair de casa. Já sentimos isso na Copa das Confederações. Além disso, há o custo de passagem, entre outros necessários à realização das temporadas de teatro. Arriscaria dizer que serão proibitivos, se seguirem conforme apontam as tendências do segmento turísticos e correlatos a ele”, analisa Tatyana.    Mesmo ante a possibilidade de um hiato no período do Mundial, a produtora e sua equipe se dizem animadíssimos para dar início à programação do primeiro semestre com “Bem-Vindo, Estranho”, “texto de suspense, gênero pouco explorado no teatro”.    “E faremos a temporada no Cine Theatro Brasil Vallourec, a nossa primeira produção em um espaço tão bem restaurado. Depois ‘Incêndios’, a peça que recebeu mais indicações de prêmios da cena nacional. Será uma realização com o Sesc. ‘Chorinho’, poesia minimalista de Fauzi Arap, com Denise Fraga e Cláudia Magalhães, no velho e bom Palácio das Artes. ‘Azul Resplendor’, comemorando os 60 anos de carreira e 80 de vida de Eva Wilma, parceria com o Minas Tênis Clube. ‘1958 – A Bossa do Mundo é Nossa”, em parceria com o Sesiminas”.   Essa, brinca ela, é um “esquenta” para o Mundial, com referências à primeira Copa que o Brasil ganhou, em 58. “E tem, ainda, ‘220v’, novo repertório do Paulo Gustavo, ou as premiadas infantis ‘Jardim Secreto’, ‘Boi da Cara Preta’ e ‘Uma Peça como eu Gosto’. Tem muito e para todas as idades”, garante.   

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