Crise no MinC tira o sono do setor cultural

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
01/09/2012 às 16:03.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:56
 (ABr)

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A falta de priorização da Cultura pelo governo Federal, aliada à má gestão, falta de diálogo e não somente cortes orçamentários são alguns problemas que representantes da comunidade cultural, em Minas Gerais, apontam como “a base” do iceberg da crise na gestão de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura (MinC). A atuação da ministra voltou a ser criticada durante esta semana depois que carta com reclamações da gestora vazou para a imprensa.

Na última quinta-feira (30), o Ministério do Planejamento apresentou proposta de orçamento da União para 2013. Nela, está prevista para a pasta da Cultura a fatia de R$ 2,8 bilhões, R$ 700 milhões a mais que no ano passado, valores que certamente não tranquilizam a situação da ministra e de seus funcionários.

No início desta semana, o jornal O Globo teve acesso e publicou trechos de polêmica carta da ministra para a colega do Ministério do Planejamento, Miriam Belchior, na qual reclama de falta de recursos para a Cultura.
 
A carta foi enviada para o Planejamento em 15 de agosto e nela, Ana de Hollanda detalha números de evasão de funcionários, apontou a falta de planos de carreira e os baixos salários. Conforme a reprodução da mensagem da ministra no texto do periódico carioca: “Esses números colocam em risco a gestão e até mesmo a existência de boa parte das instituições culturais”.

Ex-secretária de Cultura de Minas Gerais e produtora cultural, Eleonora Santa Rosa, ressaltou a importância de um país com cultura forte, como é o caso da França, e disse que o MinC vive uma crise institucional e orçamentária, aliada a uma gestão fragilizada. “Existe o custeio de funcionários e manutenção que trabalham nos museus, no setor de patrimônio, fundações, bibliotecas, institutos e as superintendências regionais”, descreve Eleonora.

A ex-secretária diz que o orçamento é “modesto”, mas que pela importância “estratégica” do Ministério da Cultura no país ele é “ridículo”. “É o que dá identidade ao país”, ressalta. Assim, como todo cargo político de peso, Eleonora disse que muito do que Ana de Hollanda tem encarado também pode ser fruto de “campanha de alguns setores para derrubá-la”.

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