Cristo é brasileiro: "Jesus, a Esperança" é único filme bíblico a entrar em cartaz neste fim de ano

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.com.br
16/12/2017 às 11:25.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:17
 (MORO FILMES/DIVULGAÇÃO)

(MORO FILMES/DIVULGAÇÃO)

Com a estreia do filme “Jesus, a Esperança”, o filho de Deus já pode fazer a barba, cortar as madeixas e se dedicar mais à família, sem se preocupar se o que disser em público irá ter alguma repercussão. “Vou aposentar a cruz”, brinca o ator Luiz Vechiatto, há 20 anos reproduzindo os passos da Paixão de Cristo na cidade de Arapongas, no interior do Paraná.

O anfiteatro localizado num antigo parque, com capacidade para 30 mil espectadores, já não dá conta de abrigar o crescente interesse pelo espetáculo, que envolve mais de mil pessoas, entre atores e técnicos, na Sexta-Feira da Paixão. O filme foi uma consequência dessa grande procura – outra apresentação da Paixão a céu aberto, em Nova Jerusalém, em Pernambuco, também atrai centenas de pessoas.

Vidas normais
“Não podemos fazer mais sessões, por envolver muita gente e ser um trabalho voluntário. Na segunda-feira seguinte, todo mundo já tem que voltar à vida normal”, observa Vechiatto, dono de uma empresa de atacado que também assina a produção executiva do filme, única produção “bíblica” a estrear nesta época do ano.

Até a década de 1980, era comum dezembro receber longas-metragens baseados em histórias bíblicas. A produção se concentrou principalmente nos anos 50 e 60, com épicos como “Os Dez Mandamentos”, “Ben Hur” e “O Rei dos Reis”. Um filão que voltou com força nos últimos cinco anos – vide “Noé”, “Êxodo: Deuses e Reis” e a refilmagem de “Ben Hur”.

Circuito maio
A estreia de “Jesus, a Esperança” aconteceu quinta-feira, em 20 salas do Paraná e de Santa Catarina, mas Vechiatto revela que o circuito deverá aumentar nas próximas semanas, após o interesse de algumas redes nacionais. “A intenção é que o filme não morra, sendo exibido em outras cidades”, afirma. Como na história da Bíblia, muitos duvidaram que “Jesus” seria possível, mesmo iniciadas as filmagens. “Muitos não acreditavam”, diz o ator.

Apesar de os participantes pertencerem a um grupo (Mãe do Céu) ligado à Igreja Católica, o protagonista afirma que o filme não tem religião. “Ele foi feito para evangelizar e levar esperança num mundo como o de hoje, em que precisamos ter Deus novamente em nossos corações, para achar uma resposta. O foco é o cristianismo”, registra Vechiatto.

Ajuda do céu

Ele lembra que mais de 500 filmes já foram feitos com base na Bíblia, cada um com uma linha diferente. “A nossa foi a da fé, sem sair do conteúdo teológico. Não há nada polêmico”, assinala Vecchiatto, referindo-se à “Paixão de Cristo”, de Mel Gibson. Sem muita experiência em atuação, ele contou com uma ajudinha do céu para fazer o Jesus no cinema.

“Eu sentia a presença a presença dele e busquei levar isso para a gravação. Quando se está fazendo as cenas da Paixão, algo único, que escapa ao olhar humano, acontece em você. Viver Jesus transformou a minha vida nos últimos anos, como um alimento para a minha alma. Não há felicidade que pague isso”, observa.
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